Carne bovina: EUA, Egito e Rússia embalam exportações brasileiras

12 de junho de 2022 4 mins. de leitura
China continua sendo a maior compradora da carne bovina brasileira, apesar do recuo de 14,5% em janeiro

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O Brasil exportou 160 mil toneladas de carne in natura em janeiro de 2022, um volume 25,85% superior ao do mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). A receita superou os US$ 803 milhões com crescimento de 46%.

Entre os 20 maiores clientes da proteína brasileira, 17 elevaram o volume de compras. O maior aumento foi dos Estados Unidos, que passou de 2,7 mil toneladas para mais de 17 mil toneladas, em crescimento de 526,3% no período. O Egito importou mais de 18 mil toneladas em janeiro de 2022, em alta de 318,7% em comparação com as 4,5 mil toneladas do ano anterior.

A Rússia, que deseja retomar a posição de comprador mais importante da carne brasileira, importou 5 mil toneladas em janeiro, uma alta de 185% em comparação com as 1,7 mil toneladas embarcadas no ano anterior. Os russos planejam implantar, ainda em 2022, uma cota de importação de até 200 mil toneladas isentas de impostos para abastecer o mercado doméstico.

Retração chinesa

Embargo chinês durou 100 dias e derrubou exportações brasileiras no último trimestre de 2021. (Fonte: Glaborde7/Pixabay/Reprodução)
Embargo chinês durou 100 dias e derrubou exportações brasileiras no último trimestre de 2021. (Fonte: Glaborde7/Pixabay/Reprodução)

Segundo a Abrafrigo, apenas China, Hong Kong e Itália reduziram a importação em relação a janeiro de 2021. O volume de carne bovina embarcada para a China teve redução de 14,5% em janeiro de 2022 em comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando foram exportadas quase 80 mil toneladas.

Ainda assim, os chineses continuam sendo os maiores compradores da proteína, tendo importado 66,1 mil toneladas no início do ano. A China voltou a comprar o produto brasileiro em dezembro, após dois meses de embargo, mas ainda não retomou o ritmo anterior. A participação do gigante asiático nos embarques saiu de 62,8% para 41,3%.

No balanço total do ano passado, a China foi destino de 729 milhões de toneladas embarcadas, o que representa 39% do total das exportações brasileiras de carne bovina. O volume foi 16,2% inferior ao de 2020, porém o preço médio da tonelada subiu e as receitas dos embarques tiveram retração de apenas 3%.

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Projeções para 2022

Novos mercados podem ajudar carne brasileira a bater recorde de exportação em 2022. (Fonte: Aleksandarlittlewolf/Freepik/Reprodução)
Novos mercados podem ajudar carne brasileira a bater recorde de exportação em 2022. (Fonte: Aleksandarlittlewolf/Freepik/Reprodução)

A exportação de carne bovina brasileira pode chegar a 2,7 milhões de toneladas em 2022, de acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Caso a previsão se confirme, o volume crescerá 50% em comparação a 2021 e será um recorde, pois ultrapassará a marca histórica de 2 milhões embarcados em 2020. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) avalia que o mercado asiático continuará sendo o principal destino do produto, permanecendo líder nas compras.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) espera que a receita das exportações em 2022 alcance, pela primeira vez, os US$ 10 bilhões. Isso pode ser favorecido pela reabilitação de plantas brasileiras pela Rússia, bem como pela possibilidade de novas aberturas de mercado para produtos e destinos, como Canadá, Coreia do Sul e Japão.

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Fonte: Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Canal Rural, Mônica Marchett, Rural Pecuária.

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