Com destaque para a exportação de soja, o agronegócio brasileiro bateu recordes de arrecadação e de volume de vendas no primeiro mês do ano
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Em 2021, o agronegócio brasileiro bateu recorde de exportações, alcançando uma receita de US$ 120,59 bilhões. O valor representou um crescimento de 19,7% em relação a 2020 e o bom momento não dá sinais de recuo. O primeiro mês de 2022 já bateu recordes nas exportações do setor.
Segundo informações da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI), as exportações alcançaram US$ 8,82 bilhões em janeiro. O valor representa aumento de 57,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
De acordo com o órgão, impactaram no valor alcançado o aumento de 19% nos preços e o crescimento de 32,3% no volume de vendas. Com isso, a participação do agronegócio nas exportações brasileiras subiu de 37,5% em janeiro de 2021 para 44,9% em janeiro de 2022.
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Soja e derivados, como óleo e farelo, continuaram sendo os produtos mais exportados pelo agronegócio brasileiro. Em janeiro, as exportações do segmento alcançaram US$ 2,12 bilhões; apenas de soja em grãos, foram 2,45 milhões de toneladas exportadas. O principal destino da soja brasileira é a China, responsável pela compra de 80% da soja em grãos.
Com a retomada do crescimento após os primeiros anos da pandemia de covid-19, a demanda pela oleaginosa tem aumentado muito. As exportações de janeiro representaram crescimento de 338% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As exportações do farelo de soja cresceram 45,6% em relação a janeiro de 2021, alcançando 1,49 milhão de toneladas embarcadas. As vendas do óleo de soja também tiveram movimento de aumento, chegando à receita de US$ 232,54 milhões no mês. Nesse caso, o principal destino é a Índia, que adquire 82% do volume total exportado pelo Brasil.
O segundo setor do agronegócio que mais exportou em janeiro foi o de carnes. Com aumento de 21,1% do volume de vendas e de 15,5% nos preços, o setor movimentou US$ 1,61 bilhão nos 31 primeiros dias do ano. A carne bovina foi a mais vendida, com aumento de 25,6% no volume de vendas e de 16,3% nos preços; a exportação de carne vermelha atingiu US$ 801,06 milhões de receita.
Em segundo lugar ficou a carne de frango, com o valor exportado alcançando US$ 604,89 milhões, o que representou crescimento de 42,8% em relação ao mesmo período no ano anterior. O volume exportado aumentou 20,2% e os preços subiram 18,8%.
A carne suína apresentou ligeira queda no preço das exportações: 7,4%. Mesmo assim, as exportações cresceram em função do volume de vendas, que subiu 18,5%. A China continuou sendo o principal destino da carne suína brasileira, responsável pela compra de 44% dos volumes exportados.
Apesar da liderança, as importações da China têm diminuído, uma vez que o país começa a recuperar seu rebanho após anos sofrendo com a peste suína: o volume importado foi 20,4% menor do que em janeiro de 2021.
O trigo e o café brasileiros também bateram recordes. O setor cafeeiro registrou aumento de 41,1% nas receitas com as vendas externas, totalizando a movimentação de US$ 719,21. O valor foi puxado pelo grande aumento de preços, que chegou a 73%. O volume de vendas caiu 18,5%.
Já o trigo bateu recordes de volume de vendas e de valores. Com 648,06 mil toneladas exportadas, o setor movimentou US$ 190,93 milhões, 121,0% a mais do que em janeiro do ano passado.
Enquanto o setor do agronegócio comemora o aumento das vendas, o povo brasileiro continua sofrendo com o preço dos alimentos. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ligam o alerta para a aceleração da remarcação de preços.
O aumento no custo da cesta básica ficou acima da inflação em janeiro, e dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apontam que 16 de 17 capitais analisadas tiveram elevação no valor na cesta. As cidades com as altas mais expressivas foram Brasília (6,36%), Aracaju (6,23%), João Pessoa (5,45%), Fortaleza (4,89%) e Goiânia (4,63%).
Fonte: gov.br, Dieese, O Sul, Avi Site, Summit Agro Estadão, Fast Trade.