Brasil confirma “mal da vaca louca” e suspende vendas para a China

8 de março de 2023 4 mins. de leitura
Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou caso do “mal da vaca louca” no Pará e suspendeu preventivamente exportações para a China

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Uma nova suspeita da doença conhecida como “mal da vaca louca” foi confirmada no Pará, o que tem gerado preocupação na indústria de carne bovina brasileira. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu, de forma preventiva, as exportações para a China, que é o principal mercado da proteína nacional.

A encefalopatia espongiforme bovina (EEB) é uma doença que afeta o sistema nervoso de bovinos, gerando alterações comportamentais, perda de coordenação motora e outros sintomas. A patologia é causada pela proteína anormal príon, que se acumula no cérebro e na medula espinhal dos animais infectados.

A doença pode ser transmitida para humanos pelo consumo de carne infectada, o que levou a medidas rigorosas de controle e prevenção em todo o mundo. Em 2021, pecuaristas brasileiros ficaram impedidos de vender carne bovina por cem dias para os chineses por conta de dois casos atípicos registrados.

Qual é a diferença entre caso típico e atípico de “vaca louca”?

Vaca malhada com tag amarela na orelha esquerda e focinho manchado
Casos atípicos de “vaca louca” são menos preocupantes, mas não deixam de gerar prejuízo para a pecuária brasileira. (Fonte: Jan Koetsier/Pexels/Reprodução)

Uma contraprova no Canadá identificou que o caso mais recente caso da doença é atípico. Isso indica que a ocorrência é isolada e a carne brasileira está segura. As exportações para a China devem ser retomadas, mas ainda não há previsão para isso.

Os casos típicos são os mais conhecidos e foram responsáveis pelo grande surto de que ocorreu na Europa no fim do século 20. A transmissão da doença pode ocorrer pelo consumo de ração contaminada com proteína animal infectada, demorando meses ou anos para se manifestar.

Já os casos atípicos do “mal da vaca louca” são geralmente encontrados em animais mais velhos, com mais de 8 anos, e não se sabe exatamente como são transmitidos. A doença pode surgir devido a mutações espontâneas do príon. Os sintomas dos casos atípicos são semelhantes aos da EEB clássica, mas costumam ser menos graves.

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Protocolo de controle da EEB

Carcaças bovinas penduradas em frigorífico
Brasil deixa de exportar US$ 17 milhões por dia em carne bovina para a China, mas ritmo deve ser retomado com a confirmação de caso atípico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O Brasil é reconhecido internacionalmente como um país livre da doença da “vaca louca” desde 2012 pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e mantém um protocolo sanitário rigoroso com medidas preventivas e monitoramento dos animais contaminados. A suspeita de EEB costuma ter impacto significativo no agronegócio nacional.

O País assinou com a China, em 2015, um acordo sanitário para casos de EEB. A medida prevê a suspensão das exportações de frigoríficos brasileiros para o gigante asiático, mesmo com a confirmação de um caso atípico isolado, para evitar a disseminação da doença entre os consumidores chineses.

O animal que apresenta sintomas é imediatamente isolado e abatido. Amostras dele são coletadas e enviadas para análise em laboratórios credenciados pelo Mapa. Se for confirmada a EEB, o rebanho em que o animal estava é imediatamente sacrificado, e os produtos de origem animal relacionados são descartados.

No caso recente de “vaca louca” identificado em Mato Grosso, as autoridades agiram rapidamente, isolando o animal infectado e iniciando as investigações para descobrir a origem da doença. O protocolo foi seguido à risca, com o sacrifício do animal e a interdição da propriedade rural onde ele estava.

Fonte: Estadão

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