Vaca louca: suspeita da doença no Brasil impacta o preço da carne

3 de setembro de 2021 3 mins. de leitura
Possibilidade da doença da “vaca louca” em frigorífico de Belo Horizonte paralisou o comércio internacional de boi gordo na bolsa de valores

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Um caso suspeito da doença conhecida como “vaca louca” foi registrado em Belo Horizonte nesta quarta-feira (1°). Uma vaca com idade avançada teria apresentado sintomas da enfermidade durante o pré-abate no frigorífico Plena Alimentos, em junho deste ano.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a informação e esclareceu que seus técnicos estão investigando o caso. O primeiro teste realizado deu positivo, mas o segundo exame, negativo.

Uma contraprova foi encaminhada para os laboratórios da Organização de Saúde Animal (OIE) no Canadá. Como o frigorífico está habilitado para exportar, se o exame for positivo, todo o setor poderá sofrer sanções sanitárias, como a suspensão de importações da carne bovina brasileira.

Em nota, o Mapa afirma que “casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário”.

As especulações indicam que pode se tratar de um caso atípico, quando a doença surge de forma espontânea, em geral em animais com idade mais avançada, e não há risco de contaminação aos demais animais do rebanho. Se a análise laboratorial confirmar a classificação, isso pode influenciar a comercialização para o mercado externo. Por precaução, a vaca com a suspeita já foi sacrificada.

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Brasil livre do “mal da vaca louca”

“Mal da vaca louca” pode levar animal à morte e contaminar seres humanos. (Fonte: Pexels/ Reprodução)

O país está livre da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecido como “o mal da vaca louca”, há 20 anos. A doença é degenerativa, causada por uma proteína que atinge o sistema nervoso dos bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos.

Quando infectados, os animais podem apresentar sintomas de agressividade e falta de coordenação, levando até a morte. A enfermidade pode contaminar também seres humanos por meio do consumo da carne infectada.

Durante as últimas duas décadas, apenas três casos atípicos foram registrados, todos contraídos de forma isolada, e nenhum caso de EEB clássica, quando a doença é contraída pela ingestão de carne do animal contaminado. O último caso confirmado foi em 2019 no Mato Grosso. Na época, as exportações de carne bovina brasileira ficaram suspensas por mais de 15 dias.

Reações do mercado

Suspeita de “mal da vaca louca” no Brasil abalou cotação do boi gordo no mercado mundial. (Fonte: Pexels/Reprodução)

O comércio internacional de boi gordo na Bolsa de Valores do Brasil foi suspenso antes mesmo da confirmação do caso. O preço da arroba (15 kg) despencou 4% no mercado internacional e ficou cotado a R$ 297,55.

Como as exportações de carne bovina brasileira representam 23% do total do comércio mundial, a cotação pode continuar caindo nos próximos dias até que o Mapa apresente os resultados dos exames.

Os contratos futuros de boi gordo também despencaram com a informação. O vencimento de outubro fechou a quarta-feira a R$ 296,95/arroba, uma queda 4,5%.

 Fonte: Agrolink, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

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