O Rio Grande do Sul, principal produtor do Brasil, dobrou o volume de azeite de oliva produzido em 2022 comparado ao ano passado
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O Brasil é o segundo maior importador de azeite de oliva do mundo, de acordo com o International Olive Council (OIC). Em 2021, o País importou mais de 100 milhões de litros do produto, o que representa quase 100% do consumo nacional, mas a produção brasileira tem avançado a passos largos nos últimos anos.
O volume do óleo produzido a partir das oliveiras cresceu 773% nos últimos cinco anos no Rio Grande do Sul — responsável por 70% da produção nacional. O Estado saiu de 58 mil litros de azeite de oliva, em 2018, para o recorde de 448,5 mil em 2022, conforme dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Seapdr/RS).
A olivicultura ocupa quase 6 mil hectares de 321 produtores em 108 municípios gaúchos, sendo que 3,4 mil desses hectares são produtivos, com oliveiras de idade superior a quatro anos. Os pomares em todo o Brasil ocupam cerca de 10 mil hectares e, até 2025, o Instituto Brasileiro da Olivicultura (Ibraoliva) espera que a área de cultivo alcance 20 mil hectares.
As oliveiras foram trazidas para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o século 16. O azeite produzido era utilizado como combustível nas lamparinas, no entanto a coroa de Portugal percebeu que o óleo brasileiro tinha uma qualidade maior que o português e proibiu a produção brasileira, além de ordenar a destruição dos olivais.
As primeiras tentativas comerciais de implantação de pomares foram realizadas em 1950, mas a produção das oliveiras só engatou na última década. Além do Rio Grande do Sul, grande parte dos olivais do Brasil estão localizados na Serra da Mantiqueira, na divisa de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
As árvores precisam de sol, terreno inclinado e pedregoso, além de 200 horas de temperatura abaixo de 10°C por ano. O custo para implantação do pomar é entre R$ 20 mil e R$ 25 mil por hectare, e os principais gastos são com mudas e correção da acidez do solo.
O investimento tem retorno entre sete e dez anos. A oliveira começa a produzir com três anos e meio e pode viver por milênios, e sua produtividade máxima é atingida a partir dos 8 anos até os 50 anos de idade.
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O consumo per capita de azeite de oliva pelos brasileiros ainda é muito baixo, inferior a 0,5 litro por ano, o que demonstra um potencial de crescimento do mercado nacional. Os países que mais consomem são a Grécia, com 22 litros per capita por ano, e a Itália, com 12 litros.
A maioria dos consumidores mora na Região Sul, têm entre 25 anos e 59 anos, com Ensino Superior e uma renda acima de dez salários-mínimos, aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas e Estratégias (IPÊ), que ouviu mais de 1,5 mil pessoas em 16 Estados.
A maioria dos entrevistados decide comprar o produto pelo preço, pagando no máximo R$ 20 por uma garrafa de 250 mililitros, além de preferirem as garrafas escuras. Os brasileiros fazem uso ocasional do azeite de oliva e costumam usar o produto para temperar saladas.
Fonte: Blog Verde, Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), International Olive Council (OIC), Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr/RS)