Seca mais severa e aumento do desmatamento geram ambiente favorável a novos incêndios, prejudicando o agronegócio e impactando a produção
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Como as queimadas impactam a produtividade do agronegócio? Em 2020, o clima seco foi um dos fatores para o recorde de incêndios no Pantanal e na Amazônia, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Este ano o clima seco continua, além do aumento do desmatamento fruto do enfraquecimento da fiscalização ambiental. Assim, cientistas alertam que as queimadas podem ser impulsionadas, destruindo ecossistemas inteiros e ocasionando mudanças no clima.
Os incêndios são, geralmente, iniciados por agricultores renovando plantações ou fazendeiros e garimpeiros desmatando ilegalmente áreas de vegetação nativa. Como a floresta já está bastante seca, o fogo se alastra rapidamente. No ano passado, o Inpe registrou 222.798 focos de incêndio na floresta amazônica.
O meteorologista Marcelo Seluchi, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), alerta que o período chuvoso de 2021 já encerrou e o volume de precipitação foi baixo. Os meses de maior chuva — novembro a abril — foram ainda mais secos em partes ameaçadas da floresta amazônica do que em 2020. Assim, presume-se que o período de fogo também será pior.
Outro ponto importante que agrava a situação foram os cortes de verbas do Ministério do Meio Ambiente, inviabilizando as operações de fiscalização pelo país.
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A preservação das áreas florestais é fundamental para frear as mudanças climáticas, que, inclusive, impactam negativamente o agronegócio. Todo o sistema funciona de forma cíclica e dependente, assim as queimadas agravam as mudanças que geram climas mais extremos.
O clima mais extremo na Amazônia está relacionado ao aquecimento do Atlântico Norte nos últimos anos. Esse fenômeno cria ventos mais fortes e causa mudanças na circulação atmosférica. Assim, períodos de grandes secas ou excesso de chuvas passam a ser mais comuns, ou seja, o desmatamento altera os padrões de precipitações regionais, trazendo problemas para agricultores e pecuaristas.
Além das queimadas na floresta, no Brasil, ainda há a prática de queimar pastos e plantações intencionalmente para limpar os restos do plantio e iniciar uma nova safra ou pasto. Contudo, essa prática é perigosa, pois o fogo pode fugir do controle.
Além disso, a fumaça diminui a incidência do Sol, prejudicando o desenvolvimento da plantação. O uso do fogo no agronegócio também leva à mudança na composição do solo, tornando a área mais propensa à erosão com a perda dos nutrientes. A Embrapa, desde os anos 2000, desenvolve um trabalho de educação para o setor, mostrando alternativas mais viáveis e que sejam compatíveis com a preservação do meio ambiente.
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Fonte: DW, Summit Agro.