China: demanda por commodities brasileiras deve continuar forte

14 de julho de 2021 4 mins. de leitura
China: demanda por commodities brasileiras deve continuar forte

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A China, principal parceira do Brasil na aquisição de commodities, continua com a demanda por produtos primários em alta. Somente no primeiro quadrimestre de 2021, os envios dos produtos brasileiros para o país asiático somaram US$ 27,63 bilhões – o maior valor na série histórica. No agronegócio, as exportações de soja para China subiram 22%.

A China é a principal compradora de soja do Brasil. Fonte: Pexels/Reprodução.
A China é a principal compradora da soja nacional. (Fonte: Pexels/Reprodução.)

De acordo com a emissora estatal chinesa CCTV, o primeiro-ministro Li Keqiang presidiu em maio uma reunião sobre o futuro do mercado e apontou que o país irá acelerar ajustes no comércio e armazenamento de commodities, bem como reforçar fiscalizações tanto no mercado à vista quanto no futuro.

Parceria comercial promissora

A entrada da China em 2001 na Organização Mundial do Comércio – consolidando sua abertura de mercado – foi o início de um superciclo de commodities global que sedimentou uma relação promissora entre o Brasil e a China: o país asiático era destino de 2% das exportações brasileiras em 2002, hoje esse percentual é de 34%.

Em 2020, a China foi a maior compradora de soja, carnes, açúcar, celulose e algodão do agronegócio brasileiro. Dos US$ 35,24 bilhões em soja exportados no ano, cerca de 60% – US$ 20,9 bilhões – foram adquiridos pelos chineses. Dos outros principais produtos básicos exportados, 71% do minério de ferro e 57% do petróleo comercializados pelo Brasil foram adquiridos pelo país asiático.

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A China continua adquirindo commodities do Brasil. (Fonte: jcomp/Freepik/Reprodução.)
A China continua adquirindo commodities do Brasil. (Fonte: jcomp/Freepik/Reprodução.)

“O Brasil tem produtos competitivos e uma taxa de câmbio favorável. Os exportadores ganham mercado onde é possível. Assim, a China vai continuar sendo o principal destino”, disse Mário Cordeiro, economista-chefe da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), em entrevista ao Estadão.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projetou, em relatório obtido pelo jornal, um superávit comercial recorde de US$ 79,8 bilhões para 2021. “Temos uma situação favorável. Tudo vai crescer em relação ao ano passado, que foi mais fraco”, disse José Augusto de Castro, presidente da entidade.

O que esperar do futuro?

Na busca por garantir segurança alimentar à população, a China declarou, em boletim do Departamento de Desenvolvimento Agrícola, liberado na última semana de maio, que pretende ser praticamente autossuficiente na produção de grãos, como trigo e arroz, até 2025.

Apesar da declaração, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) dão conta de que no caso da soja, mesmo com a colheita do país crescendo e chegando ao recorde de 19,6 milhões de toneladas, a China ainda deve precisar comprar 103 milhões de toneladas da commodity ao ano. 

Com a recomposição do plantel de suínos do país, que havia sido dizimado em dois terços nos últimos três anos devido à peste suína africana (PSA), o milho volta a ser necessário — a USDA estima uma produção interna de 268 milhões de toneladas do produto para o ano comercial 2021/22. A entidade estima que a necessidade de importação de milho da China possa alcançar 26 milhões de toneladas.

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Fonte: FGV, Ministério do Desenvolvimento, Estadão

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