China: demanda por commodities brasileiras deve continuar forte
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A China, principal parceira do Brasil na aquisição de commodities, continua com a demanda por produtos primários em alta. Somente no primeiro quadrimestre de 2021, os envios dos produtos brasileiros para o país asiático somaram US$ 27,63 bilhões – o maior valor na série histórica. No agronegócio, as exportações de soja para China subiram 22%.
De acordo com a emissora estatal chinesa CCTV, o primeiro-ministro Li Keqiang presidiu em maio uma reunião sobre o futuro do mercado e apontou que o país irá acelerar ajustes no comércio e armazenamento de commodities, bem como reforçar fiscalizações tanto no mercado à vista quanto no futuro.
A entrada da China em 2001 na Organização Mundial do Comércio – consolidando sua abertura de mercado – foi o início de um superciclo de commodities global que sedimentou uma relação promissora entre o Brasil e a China: o país asiático era destino de 2% das exportações brasileiras em 2002, hoje esse percentual é de 34%.
Em 2020, a China foi a maior compradora de soja, carnes, açúcar, celulose e algodão do agronegócio brasileiro. Dos US$ 35,24 bilhões em soja exportados no ano, cerca de 60% – US$ 20,9 bilhões – foram adquiridos pelos chineses. Dos outros principais produtos básicos exportados, 71% do minério de ferro e 57% do petróleo comercializados pelo Brasil foram adquiridos pelo país asiático.
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“O Brasil tem produtos competitivos e uma taxa de câmbio favorável. Os exportadores ganham mercado onde é possível. Assim, a China vai continuar sendo o principal destino”, disse Mário Cordeiro, economista-chefe da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), em entrevista ao Estadão.
A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) projetou, em relatório obtido pelo jornal, um superávit comercial recorde de US$ 79,8 bilhões para 2021. “Temos uma situação favorável. Tudo vai crescer em relação ao ano passado, que foi mais fraco”, disse José Augusto de Castro, presidente da entidade.
Na busca por garantir segurança alimentar à população, a China declarou, em boletim do Departamento de Desenvolvimento Agrícola, liberado na última semana de maio, que pretende ser praticamente autossuficiente na produção de grãos, como trigo e arroz, até 2025.
Apesar da declaração, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) dão conta de que no caso da soja, mesmo com a colheita do país crescendo e chegando ao recorde de 19,6 milhões de toneladas, a China ainda deve precisar comprar 103 milhões de toneladas da commodity ao ano.
Com a recomposição do plantel de suínos do país, que havia sido dizimado em dois terços nos últimos três anos devido à peste suína africana (PSA), o milho volta a ser necessário — a USDA estima uma produção interna de 268 milhões de toneladas do produto para o ano comercial 2021/22. A entidade estima que a necessidade de importação de milho da China possa alcançar 26 milhões de toneladas.
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Fonte: FGV, Ministério do Desenvolvimento, Estadão.