Gripe aviária: Brasil declara período de emergência zoossanitária  - Summit Agro

Gripe aviária: Brasil declara período de emergência zoossanitária 

22 de junho de 2023 5 mins. de leitura

Com mais de 20 focos registrados de gripe aviária, Mapa declara emergência zoossanitária para combater disseminação do vírus H5N1

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O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou emergência zoossanitária até o final de novembro por conta dos registros de gripe aviária do subtipo H5N1 no Brasil. Já foram identificados mais de 20 focos da doença em aves silvestres presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.

Os primeiros focos confirmados foram em aves da espécie trinta-réis-real, que pode ser encontrada em todo o litoral brasileiro e migra para a costa dos Estados Unidos para a reprodução. O animal vive em colônias mistas com trinta-réis-de-bando, outra espécie de ave com diversos registros recentes da gripe aviária.

O vírus da influenza H5N1 foi identificado pela primeira vez nas Américas por autoridades dos Estados Unidos e do Canadá. Desde então, casos da doença foram detectados também em países como México, Honduras, Panamá, Colômbia, Venezuela, Peru, Chile e Equador, tanto em aves silvestres quanto em granjas avícolas.

Como é transmitida a gripe aviária?

As aves migratórias são os principais vetores de disseminação da influenza viária no mundo. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
As aves migratórias são os principais vetores de disseminação da influenza aviária no mundo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O vírus da gripe aviária tem alta transmissão e índice de letalidade em aves e humanos, especialmente no caso da cepa H5N1. O controle da doença é desafiador devido à dificuldade da detecção e dos hábitos migratórios de aves silvestres que favorecem a propagação para diversos continentes e regiões diferentes.

A influenza pode se espalhar entre aves saudáveis e infectadas que estão em proximidade, seja em um mesmo rebanho, seja em contato direto com animais selvagens portadores do vírus, seja em contato indireto com excreções infectadas, secreções respiratórias ou por meio de água e alimentos contaminados.

A transmissão da doença para humanos é considerada rara e acontece por meio do contato direto com aves doentes. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há riscos de contaminação de pessoas pelo consumo de frango ou ovos cozidos. Em todo o mundo, foram registrados 900 casos de influenza aviária em humanos, com 458 óbitos.

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Impactos da doença na avicultura

Governo federal abriu crédito extraordinário de R$ 200 milhões para combater a gripe aviária. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Governo federal abriu crédito extraordinário de R$ 200 milhões para evitar que a gripe aviária atinja a avicultura nacional. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A gripe aviária pode causar altas taxas de mortalidade em aves infectadas, resultando em perdas econômicas substanciais para a avicultura. Quando um surto em granjas é detectado, os animais infectados devem ser abatidos e podem ser impostas restrições comerciais aos produtos avícolas de áreas afetadas, como suspensão das exportações.

A presença do vírus da influenza aviária em aves pode aumentar o risco de recombinação genética com outros vírus da gripe, incluindo aqueles que infectam humanos. Isso poderia levar ao surgimento de novas cepas virais com potencial pandêmico, representando uma ameaça tanto para a saúde humana quanto para a avicultura.

Por enquanto, a presença de impactos da doença na produção avícola brasileira é descartada. O País ainda mantém o status de zona livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, conforme a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Como identificar a gripe aviária?

Um dos principais indicadores da gripe aviária é a ocorrência de um grande número de aves mortas na criação em um curto período, geralmente em menos de 48 horas. Além disso, os animais afetados podem apresentar falta de coordenação motora, andar cambaleante e inclinar a cabeça para o lado.

A gripe aviária pode causar uma diminuição significativa da atividade e da resposta das aves, levando a um estado de apatia, como sinais de falta de energia, desinteresse e comportamento anormal. As aves infectadas também podem apresentar inchaço na região dos olhos, da cabeça, pescoço, juntas das pernas, crista e barbela.

Ao identificar qualquer um desses sinais, é fundamental que o produtor comunique imediatamente o serviço de Defesa Agropecuária. Nesse momento, é necessário adotar medidas de biossegurança para evitar a propagação da doença.

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Agência Brasil, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, Organização Pan-americana de Saúde (OPAS)

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