Conheça a história da criação de frango no Brasil
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Os primeiros frangos chegaram ao Brasil trazidos pelas caravelas de Pedro Álvares Cabral, em 1500. As aves, que são originárias da Ásia, eram mestiças, produto dos cruzamentos ao longo de séculos. A avicultura nacional se desenvolveu primeiro nas cidades litorâneas e de forma artesanal.
Com a interiorização da colonização, sobretudo por conta do ciclo de mineração do ouro, a produção comercial começou a ganhar força. No final do século 19, o Estado de Minas Gerais, onde eram localizadas as jazidas, também era o maior produtor nacional de aves.
No entanto, os primeiros aviários de raças puras foram instalados no Rio de Janeiro, dando um novo impulso para a criação de frangos no Brasil. Em 1895, a Leste Basse-Cour realizou pela primeira vez um estudo para selecionar a raça de maior interesse econômico para os criadores brasileiros entre as aves importadas.
Intensificação da criação de frangos
Na década de 1930, a avicultura comercial contava com diversas iniciativas privadas, principalmente na Região Sudeste, e o desenvolvimento da atividade foi acelerado com a chegada dos imigrantes japoneses em São Paulo.
Os avanços da genética proporcionaram um novo impulso à criação de frangos no Brasil a partir dos anos 1950, quando foram desenvolvidos também vacinas, equipamentos e nutrição específicos para a avicultura. No início da década seguinte, as grandes agroindústrias avícolas ganharam estrutura.
Entretanto, a consolidação da avicultura nacional se consolidou nos anos 1970, com a entrada de empresas processadoras no mercado que proporcionaram transformações tecnológicas, técnicas de produção intensiva e desenvolvimento de genética adaptada.
Na mesma época, Santa Catarina ganhou destaque com a introdução do sistema de Integração Vertical, surgido de uma parceria entre frigoríficos e produtores. O novo modelo proporcionou ao avicultor o apoio da indústria para o fornecimento dos principais insumos e assistência técnica, garantindo maiores produtividade, qualidade e biosseguridade.
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Patamar atual da avicultura
O Brasil deve recuperar o posto de segundo maior produtor mundial de frango, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O nosso país espera produzir mais de 14,7 milhões de toneladas da proteína em 2022, ultrapassando a China e ficando atrás apenas dos Estados Unidos (EUA).
Em 2021, foram abatidas 6,18 bilhões de cabeças de frangos, um volume recorde que representa uma alta de 2,8% em relação ao ano anterior, sendo que mais da metade dos abates aconteceu na Região Sul, com destaque para o Paraná. A produção de ovos atingiu 3,98 bilhões de dúzias, também alcançando uma marca histórica.
Cerca de 68% da produção de carne fica no mercado doméstico, enquanto 32% são exportados, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em 2021, a avicultura nacional embarcou 4,6 milhões de toneladas, garantindo ao Brasil o título de maior exportador global, tendo a Ásia e o Oriente Médio como principais destinos.
Os frangos são o segundo maior rebanho nacional, ficando atrás apenas dos bovinos. O País conta com 55 milhões de matrizes alojadas para corte e outras 1,3 milhão de matrizes para postura. No entanto, a proteína da ave é a mais consumida pelo brasileiro: em média, 45 quilos de carne de frango e 257 ovos por ano.
Fonte: Nutriaves Distribuidora, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Avicultura Industrial