Maçã: novas tecnologias ajudam na produção da agricultura familiar

31 de maio de 2020 4 mins. de leitura
Softwares e aplicativos surgem como saídas para identificar possíveis pragas e reduzir desperdícios nas safras

A maçã é um dos frutos com maior apelo para a agricultura familiar por apresentar grande versatilidade em sua produção. Além do fruto, também podem ser comercializados doces, geleias, compotas, bebidas e vinagre. Porém, por ser uma fruta de consumo fresco, exige dos produtores eficácia no planejamento das safras, nesse sentido, a tecnologia é uma grande aliada.

Com mais de 33 mil hectares de pomares de maçã espalhados pelo o Brasil, o país produz cerca de 1,35 milhão de toneladas da fruta por ano. Os números colocam-no entre os 12 maiores produtores de maçã no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Favorecida pelo clima subtropical, a região Sul é a que mais obtém sucesso no cultivo e maçã — com destaque para o estado de Santa Catarina. A produtividade média no Brasil fica de 15 a 30 toneladas por hectare em pomares adultos, números que podem variar dependendo do espaçamento, cultivo e manejo da região.

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Entretanto, o mercado da maçã acaba sendo extremamente criterioso na qualidade do produto. De acordo com a Embrapa, 30% da produção nacional é descartada em decorrência de problemas como infestações de doenças ou defeitos físicos. O descarte é direcionado para o setor industrializado, o que pode diminuir a lucratividade do empreendedor no final do ano.

Tecnologias no cultivo de maçã

Sendo assim, novas tecnologias surgiram na última década para facilitar o dia a dia no agronegócio. Por meio de softwares e aplicativos, o produtor consegue ter maior controle sobre sua produção e evitar possíveis problemas que desvalorizem seu produto no mercado.

Inteligência Artificial (IA)

Aproximadamente 30% da produção de maçã é descartada no Brasil por ano (Fonte: Pixabay)
Maçãs em barris no meio do pomar. (Fonte: Pixabay)

Desde 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) obrigam os produtores a aplicar procedimentos de monitoramento e controle de resíduos de agroquímicos em suas safras. Dessa forma, a automatização de processos se tornou comum no cultivo de maçãs e tem facilitado o cotidiano de muitos agricultores.

O aplicativo Demetra é um exemplo. Desenvolvido pela startup Elysios Agricultura Inteligente, o dispositivo usa sensores distribuídos nos pomares para possibilitar ao produtor acompanhar, em tempo real, as condições de luminosidade, umidade, irrigação e nutrientes do fruto. Isso é possível graças ao uso da IA.

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Com compatibilidade para celulares e computadores, o dispositivo promete conceder aos produtores maior precisão no processo de tomada de decisão para diminuir perdas com o produto. De acordo com a empresa, além do ganho com produtividade, o aplicativo Demetra pode gerar uma redução de 80% no consumo de água nos pomares.

Controle de pragas

Novos aplicativos prometem ajudar no combate às pragas no campo (Fonte: Pixabay)
Agricultor sentado em uma árvore analisando um tablet. (Fonte: Pixabay)

A Embrapa também tem investido em projetos virtuais para diminuir a incidência de casos de desvalorização do produto nacional por danos de pragas. A plataforma Uzum Web, que surgiu em 2011 para monitorar as safras de uva, acabou se expandindo até chegar para os produtores de maçã.

Gratuito e de fácil utilização, o sistema funciona quase como uma biblioteca virtual de análise de dados no monitoramento de pragas que possam assolar os pomares. O Uzum utiliza um questionário respondido pelo produtor e um banco de imagens para identificar possíveis pragas que assolam as macieiras.

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De acordo com a Embrapa, o dispositivo foi criado para ser utilizado junto às análises laboratoriais da safra, otimizando a identificação precoce de possíveis riscos e instaurando um sistema de prevenção. Em constante atualização, o Uzum é capaz de identificar 22 distúrbios que acometem as maçãs atualmente.

A Embrapa já trabalha para disponibilizar o aplicativo para celulares e tablets até o fim de 2020. Dessa forma, os produtores poderiam fazer o acompanhamento de suas produções mesmo offline, trazendo maior versatilidade para o software.

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Fonte: Sebrae, Vida Rural, Grupo Cultivar e Summit Agro.

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