Depois da pandemia, uso de tecnologia no campo deve aumentar - Summit Agro

Depois da pandemia, uso de tecnologia no campo deve aumentar

30 de junho de 2020 3 mins. de leitura

Estudo indica que 45% dos agricultores brasileiros planejam adotar alguma forma de automação com tecnologia de seus cultivos nos próximos anos

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A pandemia do novo coronavírus trouxe impactos significativos para o agronegócio brasileiro. Porém, as mudanças forçadas, como o isolamento social implementado para conter o avanço da doença, despertaram o setor para a necessidade de adotar tecnologias que reduzam a dependência de mão de obra em algumas atividades e aumentem a produtividade.

Essa constatação surge após os resultados de uma pesquisa conduzida pelo Boston Consulting Group (BCG), uma consultoria global de gestão e estratégia. A companhia entrevistou profissionais que trabalham no agronegócio, desde grandes até pequenos produtores, e revelou que os brasileiros estão muito interessados na agricultura digital – tanto quanto nos Estados Unidos, nosso principal concorrente no setor.

“Os brasileiros estão dispostos a empreender mesmo com o prolongamento da crise econômica da covid-19 porque não contam com subsídios elevados como os seus pares e buscam sempre ampliar as margens apertadas de rentabilidade”, diz Fleuri Arruda, diretor do BCG.

De acordo com a pesquisa, 45% dos agricultores brasileiros planejam investir em alguma forma de automação depois que a pandemia passar. Nos Estados Unidos, esse índice é apenas um pouco maior – 50% dos entrevistados norte-americanos compartilham desse mesmo desejo.

A tecnologia já está presente

A tecnologia presente no campo deve aumentar ainda mais em uso após a pandemia. (Fonte: Shutterstock)
A tecnologia presente no campo deve aumentar ainda mais após a pandemia. (Fonte: Shutterstock)

Embora o estudo trace um cenário pós-pandemia, a tecnologia já é uma realidade para muitos produtores do agronegócio brasileiro. De acordo com outra pesquisa, realizada pela McKinsey, a era digital já tem influenciado significativamente a rentabilidade das atividades agropecuárias.

A pesquisa ouviu mais 750 agricultores de diferentes culturas e regiões do Brasil e abordou temas como comportamento digital, soluções de financiamento, processo de aquisição de insumos, influenciadores e nível de adoção tecnológica. A pesquisa revelou o seguinte sobre esse público:

  • 64% envolvem-se em hedging de preços.
  • 36% se interessam por segurança digital.
  • 33% querem vender seus produtos online.

Para Nelson Ferreira, sócio-sênior da McKinsey, o Brasil está vivendo uma nova revolução agrícola. “O futuro da agricultura, a nosso ver, é multicanal. O futuro da agricultura tem uma componente digital forte, e esperamos ver, assim como vimos em outros setores – como bancos, supermercados e aplicativos –, nos próximos meses e anos isso sendo muito forte na agricultura”, ressaltou.

Luta contra a pandemia

Diante da crise causada pela covid-19, o agronegócio brasileiro tem lutado para conter os impactos negativos do isolamento social e do avanço dessa doença. Contudo, pode ser que o setor saia fortalecido da pandemia, especialmente em relação aos concorrentes. Isso pode acontecer devido ao câmbio favorável, ao aumento da confiança do mercado internacional no Brasil e, principalmente, ao investimento em tecnologia.

“O crescimento da agricultura e a importância da cultura brasileira têm incentivado essa revolução, e a situação conjuntural que nós estamos vivendo agora, por causa da pandemia, vai acelerar muito essas tendências”, completou Nelson Ferreira, da McKinsey.

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Fonte: Brasil Agro.

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