5G no agro: conexão móvel mais veloz já está disponível no campo

18 de junho de 2022 4 mins. de leitura
Uma fazenda de soja no Piauí foi a primeira propriedade rural no Brasil a receber a tecnologia 5G

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A fazenda Ipê, localizada em Baixa Grande do Ribeiro (PI), foi a primeira propriedade rural a ter a implantação de uma antena 5G. Junto ao equipamento da operadora TIM, foram instalados 310 pontos de conexão gratuitos com velocidade de banda larga. A tecnologia tem o potencial de revolucionar a produção agropecuária brasileira.

O município é o maior produtor de grãos do Piauí e, com a implantação do 5G no agronegócio, a associação dos produtores de soja do Estado estima que haja um crescimento de 20%.

O 5G vai proporcionar uma conexão melhor para os equipamentos instalados na propriedade. A fazenda Ipê é um dos 20 pontos do projeto de implantação do 5G no meio rural, que prevê a instalação de 44 mil antenas até 2029.

Modelo de 5G no agro

Conectividade proporciona monitoramento da lavoura em tempo real. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A unidade de produção pertence ao grupo Insolo, quinto maior conglomerado agroindustrial do País, e conta com mais de 58 mil hectares, que produzem 102 mil toneladas de soja, milho, arroz e algodão. Em fevereiro, a empresa foi adquirida por R$ 1,8 bilhão pela empresa Terrus, uma companhia de agronegócio do Grupo Granja Faria.

O empreendimento pertencia ao fundo patrimonial da Universidade Harvard, que implantou um processo de modernização e pesquisa dentro da propriedade. A fazenda tem a maior área de aplicação de biodefensivos do Brasil e conta com 120 pluviômetros digitais, que monitoram, em tempo real, o nível e a distribuição das chuvas nas plantações.

O grupo Insolo utiliza diversos softwares para facilitar o trabalho de seus colaboradores, além de controlar a eficiência dos equipamentos no campo. As soluções digitais acompanham toda a cadeia produtiva da propriedade — desde o planejamento da safra até a comercialização dos produtos.

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Conexão móvel de internet no campo

A instalação de antenas 4G terá impacto positivo na produtividade no campo. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Apesar de a presença do 5G no agronegócio acontecer antes mesmo que nas capitais, o caminho para uma ampla conectividade no campo é longo. Mais de 70% das propriedades rurais não contam com conexão à internet, segundo dados do Atlas do Espaço Rural Brasileiro, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nem todas as propriedades rurais contarão com o 5G a médio prazo. O leilão das faixas de transmissão estabelece um compromisso das companhias para expandir o 4G para mais de 7 mil novas localidades até 2028. Apenas 1,7 mil localidades fora da sede dos municípios terão a conexão mais veloz até 2030.

Impacto da conectividade no agronegócio

No Brasil, a instalação de 15 mil novas torres e a ampliação do sinal de mais 4 mil equipamentos já existentes permitiriam a chegada da internet em 90% das áreas rurais, conforme o estudo Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro, desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Isso proporcionaria o incremento de 9,6% do Valor Bruto de Produção (VBP) da agropecuária, estimado em R$ 1,05 trilhão. Dessa forma, a conexão móvel no campo de forma ampla permitiria um acréscimo de R$ 101,47 bilhões para o setor.

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Fonte: Ministério da Casa Civil, Insolo, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Atlas do Espaço Rural Brasileiro/IBGE

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