Agronegócio: como o 5G pode ajudar a cumprir as metas da COP-26

17 de dezembro de 2021 4 mins. de leitura
Tecnologia deve ser a principal aliada dos produtores que buscam a sustentabilidade

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Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26) o Brasil assinou um compromisso de redução de 30% das emissões de metano até 2030. O metano é um dos gases poluentes mais presentes na atmosfera, e é 80 vezes mais potente para o aquecimento global do que o dióxido de carbono (CO2), apesar de ter uma vida mais curta.

Pecuária e emissão de metano

No Brasil, 65% das emissões de metano são causadas pela pecuária. O gás é formado no processo de fermentação entérica dos bois e é eliminado para a atmosfera. Não são só os animais que produzem o gás metano, este também ocorre em aterros sanitários e lixões, em vazamentos nas estruturas de petróleo e gás natural, e na queima de combustíveis fósseis. 

65% das emissões de metano no Brasil são causadas pela agropecuária. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
65% das emissões de metano no Brasil são causadas pela agropecuária. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Mas, enquanto vazamentos em dutos de gás e o manuseio de lixo podem ser mais facilmente melhorados, como reduzir as emissões de metano dos bois? A resposta para o setor agropecuário pode vir da tecnologia.

A Embrapa apresentou na COP-26 algumas possíveis soluções para a redução do metano, uma delas é o melhoramento genético das pastagens, que podem se tornar mais digeríveis para os rebanhos. Outra opção é o melhoramento genético dos próprios animais, que podem se desenvolver mais rápido, assim o abate pode acontecer aos 36 meses em vez dos 48, diminuindo o tempo de emissão de gases de cada animal.

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Além disso, foram debatidos o uso de aditivos alimentares, com produtos como o tanino e óleos essenciais extraídos do capim-limão, que podem ajudar a reduzir a emissão de metano em 30% a 90%. Uma última estratégia, que já é utilizada de forma incipiente, é aumentar a integração floresta, lavoura e pecuária (ILPF), dessa forma os gases emitidos poderiam ser sequestrados pelas lavouras e florestas, e convertidos em biomassa.

Chegada do 5G e ampliação do 4G podem ajudar a  popularizar conhecimentos

A produtividade da pecuária brasileira é uma das menos eficientes do mundo, com a média de 4,3 arrobas por hectare por ano. Apesar disso, alguns grupos já conseguem igualar as médias das dos países mais eficientes, produzindo 20 arrobas por hectare ao ano.

Melhoramentos genéticos de pasto e de animais podem reduzir a emissão de metano. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Melhoramentos genéticos de pasto e de animais podem reduzir a emissão de metano. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A receita não é segredo, mas é difícil de ser implementada: adubação e manejo correto de pastagens, suplementação animal e bem-estar do animal. Segundo o pecuarista e vice-presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), Caio Penido, falta acesso à informação e disseminação dessas tecnologias. O secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, também sublinha a falta de investimentos para a implementação das técnicas que podem reduzir o metano: é preciso que o conhecimento saia dos conglomerados e cheguem ao pequeno e médio produtor.

A chegada da 5G pode ser uma revolução nesse sentido. Atualmente apenas 11% da área rural brasileira é coberta pela rede 4G, e o leilão da rede 5G deve mudar o panorama, pois exige que as empresas ganhadoras aumentem a oferta do 4G para todo o País. Além disso, existe a possibilidade de produtores rurais serem beneficiados com redes particulares.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estima que melhores conexões com a internet podem aumentar em 25% a conectividade das propriedades rurais, gerando um aumento de 6% da produção agropecuária brasileira. Além do maior acesso à informação, as conexões devem melhorar a operação remota de equipamentos como drones, tratores e colheitadeiras e aumentar a segurança, impedindo roubos, detectando incêndios e outras ocorrências.

Fonte: GOV.BR, Summit Agro Estadão, UNEP.

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