Como manter a diversidade genética da mandioca

5 de outubro de 2023 4 mins. de leitura
A agricultura familiar é a principal responsável pela produção e manutenção da diversidade genética da mandioca no Brasil

mandioca é cultivada em todo o Brasil. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o País produz anualmente cerca de 20 milhões de toneladas, o que representa mais de 10% da produção mundial. Somente a fécula, um dos principais subprodutos de mandioca, gerou R$ 2,5 bilhões em Valor Bruto da Agropecuária em 2022.

O cultivo é produzido principalmente por meio da agricultura familiar. Ao longo de gerações, esses produtores rurais têm selecionado variedades da planta adaptadas às condições locais. Essas etnovariedades carregam características únicas de resistência a pragas, doenças e adaptação a diferentes ambientes.

Quais são os principais problemas da cultura da mandioca?

 A mandioca é cultivada em uma ampla gama de ecossistemas, desde regiões úmidas até áreas secas e com solos de diferentes tipos. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
A mandioca é cultivada em uma ampla gama de ecossistemas, desde regiões úmidas até áreas secas e com solos de diferentes tipos. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Apesar de sua abrangência, a cultura da mandioca enfrenta problemas no Brasil como a seca, que diminui a sua produtividade, e a podridão de raízes que, em casos graves, pode causar uma quebra de safra. As mudanças climáticas também podem afetar o cultivo, alterando padrões de chuva e temperatura, impactando negativamente em sua produção e o manejo.

Além disso, a mandioca enfrenta desafios em termos de produtividade, especialmente em comparação com outras culturas alimentares. Isso se deve à falta de adoção de variedades melhoradas, ainda que estejam disponíveis.

Enfrentar esses problemas requer esforços contínuos de pesquisa científica, melhoramento genético, práticas agrícolas sustentáveis e valorização da agricultura familiar, bem como a disseminação de informações e tecnologias adequadas aos produtores rurais.

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Por que a diversidade genética da mandioca é importante?

 O melhoramento genético da mandioca é um processo que busca selecionar e desenvolver variedades com características desejáveis, como maior produtividade, resistência a doenças e pragas, melhor qualidade nutricional e adaptabilidade a diferentes condições ambientais. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
O melhoramento genético da mandioca busca desenvolver variedades com resistência a doenças e pragas e melhor qualidade nutricional. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Cultivar e preservar variedades diversas de mandioca é um investimento no futuro, garantindo a segurança alimentar das comunidades. A diversidade genética possibilita a adaptação da mandioca a diferentes condições ambientais, resistência a pragas e doenças, e melhoria de características agronômicas e, portanto, de sua produtividade.

A mandioca é uma cultura importante para muitas comunidades tradicionais e indígenas. Preservar a diversidade genética da mandioca também significa preservar a riqueza cultural e os saberes ancestrais associados a essa cultura. A manutenção da etnovariedade é essencial para garantir a continuidade das práticas culturais e a identidade dessas populações.

Além disso, a diversidade genética é fundamental para programas de melhoramento da cultura, permitindo o desenvolvimento de variedades mais produtivas, nutritivas e resilientes. A preservação da diversidade genética também é uma questão de conservação da biodiversidade agrícola, evitando a perda de variedades valiosas ao longo do tempo.

Como manter a variedade de espécies da mandioca?

A conservação da variedade genética da mandioca se baseia na valorização da diversidade de espécies mantida pelos agricultores familiares, o que possibilita a seleção de materiais mais produtivos e resistentes, contribuindo para a ampliação e conservação desse importante tubérculo para a segurança alimentar e o desenvolvimento sustentável.

O conhecimento tradicional dos agricultores familiares sobre variedades locais e suas necessidades deve ser incorporado ao processo, garantindo a adequação das espécies desenvolvidas às condições locais de cultivo e preferências dos agricultores.

A cooperação entre pesquisa científica também é fundamental para o sucesso desse processo. Por isso, é fundamental estabelecer bancos de germoplasma, multiplicar as variedades no campo e promover o intercâmbio de materiais genéticos entre diferentes regiões e instituições de pesquisa.

A pesquisa científica é fundamental para entender a diversidade genética da mandioca e desenvolver estratégias eficazes de conservação. A aplicação de tecnologias de biotecnologia, como análise de marcadores moleculares, pode auxiliar na identificação e preservação de características genéticas únicas das variedades de mandioca.

Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Cepea/USP, Companhia Nacional do Abastecimento (Conab).

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