Como desenvolver uma piscicultura sustentável?
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A piscicultura sustentável será essencial para garantir a produção de peixes com equilíbrio de aspectos ambientais, sociais e econômicos nas próximas décadas. A criação em viveiros e gaiolas será responsável por quase dois terços dos peixes consumidos no mundo até 2030, segundo projeção da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A aquicultura, na qual a criação de peixes está inserida, é o setor de produção de alimentos com a expansão mais rápida nas últimas cinco décadas, e mantém uma média de crescimento de 5,3% desde o início do século.
O volume total de peixes produzidos deve alcançar 204 milhões de toneladas em 2030, um incremento de 15% em relação ao patamar de 2018, com a criação em tanques ou viveiros respondendo por quase a metade. A FAO estima que mais de 600 espécies aquáticas são produzidas globalmente em uma variedade de sistemas de aquicultura usando água doce, salobra ou salgada.
O que é piscicultura sustentável?
A piscicultura sustentável se preocupa com os aspectos relacionados à preservação do meio ambiente, mas também com o resultado financeiro e os impactos sociais da criação de peixes. Para tanto, o piscicultor deve estar atento, além da gestão ambiental, em garantir recursos naturais para as próximas gerações, à criação de renda e empregos de alta qualidade, e à adoção de um modelo que garanta a segurança alimentar e a organização da cadeia produtiva.
A atividade envolve ações para aumentar o nível de eficiência na produção, como o recondicionamento da qualidade da água e o aproveitamento dos nutrientes presentes nos efluentes para que não haja poluição dos recursos hídricos.
A adoção de práticas sustentáveis que permitem a produção com baixo impacto sobre os cursos d’água é certificada no Brasil com o apoio do Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (Sisorg), por meio de certificação auditada por uma empresa independente no mercado ou participativa, com a presença de outros produtores, comerciantes e consumidores.
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A importância da sustentabilidade na piscicultura
A pesca extrativista realizada de forma controlada comprometeu a população de peixes nos rios e mares em todo o planeta. A FAO afirma que o aumento da pesca intensiva comprometeu a sobrevivência de 33,1% das espécies comerciais, deixando-as sem tempo para se recuperar entre as capturas.
Com a redução da produção dos pescados, houve uma elevação dos preços praticados, dificultando o acesso aos produtos e a expansão desse mercado. Por conta da limitação dos recursos naturais, o aumento de produção de peixes só pode existir com a sustentabilidade aliada à piscicultura.
Como adotar um modelo sustentável na piscicultura?
O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) elaborou uma cartilha sobre como criar um modelo de negócio sustentável na piscicultura. O órgão avalia que os peixes mais viáveis para criação, tanto de manejo quanto de aceitação no mercado, são a tilápia, pacu, tambaqui, matrinxã e pintado.
A água é o principal recurso natural utilizado. Por isso, o Sebrae alerta para a legalidade ambiental da propriedade, em especial com a outorga de uso de água, se couber, além da adoção da captação de chuva e a preocupação com o aproveitamento dos efluentes em outras culturas, como hortas.
É importante, ainda, oferecer uma alimentação adaptada para cada espécie e observar as condições dos viveiros, como limite máximo de peixes, níveis adequados de oxigênio e transparência.
A piscicultura sustentável deve manter uma relação também com a sociedade, zelando pelo bem-estar de seus funcionários, colaboradores e da sociedade em seu entorno, podendo realizar, por exemplo, eventos de promoção à cidadania.
Fonte: Sansuy, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).