Diante da COP-26, organizações representativas do agronegócio pedem que Brasil assuma protagonismo nas ações de sustentabilidade
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A Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-26), que está sendo realizada em Glasgow (Escócia), pode ser uma grande oportunidade para o Brasil demonstrar seu protagonismo em ações de sustentabilidade, o que pode trazer benefícios para toda a cadeia produtiva do agronegócio.
O Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa (GEE) do mundo. Com cerca de 25% do PIB relacionado à agropecuária, o País também é um dos mais sensíveis às alterações climáticas globais.
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que reúne representantes da agropecuária, do setor financeiro, da sociedade civil e ciência, aponta que 75% das emissões de GEE estão relacionadas ao uso da terra no Brasil. A maior parte, cerca de 44%, é gerada pelo desmatamento, com grande contribuição da devastação ilegal da Amazônia, aponta a Coalização.
O grupo pede que o governo brasileiro aproveite a realização da COP-26 para ampliar as suas metas de redução de emissões de poluentes e anunciar medidas de combate ao desmatamento criminoso. Além disso, sugere ações como restauração de áreas degradadas e a criação de novas áreas protegidas.
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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) engrossou o coro das entidades do agronegócio brasileiro que pedem uma agenda sustentável mais clara do governo. A organização entregou um documento ao ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, chefe da missão brasileira da COP-26, destacando ações do agro em favor da preservação ambiental.
A CNA aponta que a agropecuária brasileira investiu em tecnologias sustentáveis e na regularização ambiental para contribuir com as metas nacionais programadas no Acordo de Paris. A entidade lembra que 52 milhões de hectares foram implantados no Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), evitando o lançamento de 170 milhões de toneladas de carbono na atmosfera.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Meio Ambiente (Mapa), Tereza Cristina, avalia que o Brasil tem “um papel a desempenhar como portadores de soluções que conciliam segurança alimentar, crescimento econômico inclusivo e conservação ambiental”. Para a ministra, a COP-26 será uma oportunidade para mostrar o compromisso do agro brasileiro com a sustentabilidade.
No documento entregue ao governo federal, a CNA destaca que cinco temas são mais relevantes para a agropecuária brasileira durante as negociações do novo acordo climático da COP-26.
A entidade pede regras claras no mercado de carbono, aberto a países de todo o mundo, sem restrições ou favorecimento de regiões específicas. A CNA sugere também que seja adotado um plano de ação para inserir a agricultura dentro do Acordo de Paris, tratado pelo grupo de trabalho denominado Koronivia.
O documento aponta que é importante estabelecer medidas de financiamento para o cumprimento das metas ambientais, que possibilitem a conservação de florestas e agricultura de baixo carbono. E, ainda, que sejam criados mecanismos focados em adaptação para mitigar os efeitos adversos das mudanças climáticas.
Por fim, a entidade espera que o Brasil seja conhecido pelos esforços realizados para a preservação ambiental, como a adoção do Novo Código Florestal, que destina percentuais expressivos de propriedades privadas à conservação.
Fonte: Estadão, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).