Plantas medicinais: como consumir de forma segura?
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A utilização de plantas medicinais sem a devida orientação médica pode gerar sérios riscos à saúde. Ervas usadas como “chás emagrecedores”, por exemplo, podem ser tóxicas ao fígado e são proibidas no Brasil.
Apesar de serem naturais, as substâncias presentes nas plantas medicinais podem causar alterações na pressão arterial e problemas no sistema nervoso, no fígado e nos rins, segundo alerta a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por regular medicamentos no Brasil.
O órgão reforça que os vegetais podem sofrer influências do local em que cresceram, como terra, fertilizantes, pragas, pesticidas e fungos. As ervas ainda podem ser contaminadas pela água e durante as etapas de secagem e armazenamento.
O que são plantas medicinais?
![(Fonte: Shutterstock)](https://summitagro.estadao.com.br/wp-content/uploads/2022/05/fonte-shutterstock-2.jpeg)
As plantas medicinais são vegetais que podem aliviar ou curar doenças, e o uso de ervas para tratar problemas de saúde é uma tradição popular no Brasil. Raizeiros, curandeiros e benzedores são comuns em comunidades, especialmente rurais.
Ao longo do tempo, no entanto, estudos científicos conseguiram comprovar a eficácia da utilização de substâncias para o tratamento de saúde. Muitas ervas, inclusive, foram incluídas em programas do Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda assim, diante da biodiversidade e do amplo uso, o conhecimento não abrange todo o universo de ervas existentes.
As plantas medicinais podem ser utilizadas para a fabricação de medicamentos naturais, conhecidos como fitoterápicos, produtos que são controlados pelos órgãos de fiscalização que atestam a eficácia e a segurança do tratamento de certas doenças. Essas substâncias devem ser consumidas sob orientação médica, pois também oferecem riscos à saúde.
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![Babosa (Fonte: Shutterstock)](https://summitagro.estadao.com.br/wp-content/uploads/2022/05/babosa-fonte-shutterstock.jpeg)
Existe um grande número de plantas medicinais que podem ser consumidas com segurança. Algumas autoridades de saúde realizaram levantamentos com ervas presentes em cada região, com instruções de preparo, uso e contraindicações. Contudo, é importante observar o nome científico de cada vegetal, pois os nomes populares podem variar muito.
A babosa (Aloe vera), por exemplo, é indicada para a cicatrização de queimaduras, lesões na pele, queda de cabelo e acne. Para tanto, deve-se aplicar diretamente no local ferido o sumo fresco da folha lavada. A planta é contraindicada para gestantes, lactantes, durante a menstruação e para pessoas com varizes, problemas renais, apendicite e disenterias.
O chá de infusão da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia) pode prevenir úlceras e tratar problemas gástricos e digestivos, mas não deve ser consumido por menores de 6 anos de idade e até o terceiro mês de gestação.
Já o chá de boldo (Gymnanthemum amygdalinum) ajuda a reduzir gases intestinais, distúrbios do fígado e do estômago. A planta, entretanto, é contraindicada para grávidas, lactantes, crianças com menos de 6 anos e pessoas com problemas nos rins ou que fazem uso constante de anticoagulantes.
Quais são as plantas medicinais para cultivo?
Uma horta medicinal pode ser cultivada em qualquer lugar com acesso a água abundante e de boa qualidade. A relação de plantas medicinais é bastante extensa, mas inclui:
- alecrim;
- camomila;
- carqueja;
- capim-limão;
- erva-cidreira;
- erva-doce;
- hortelã;
- manjericão.
Para escolher quais vegetais cultivar, é interessante verificar quais são as doenças mais comuns no local e que espécies são indicadas para tratamentos com comprovação científica. Os métodos para plantio são variados, podendo ser utilizados canteiros ou vasos, a depender das características do espaço.
Assim como qualquer cultivo, é essencial preparar o solo adequadamente, estar atento a questões como exposição ao sol e época certa para o plantio, além de controlar a incidência de pragas e doenças. É importante também conhecer as técnicas apropriadas para colheita e secagem, para garantir a qualidade das plantas medicinais.
Fonte: Governo de São Paulo, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Saúde.