Efeitos da mudança climática para o agronegócio pelo mundo
O aquecimento global produz impactos profundos no setor agrícola, gerando uma série de desafios que afetam a produção de alimentos, a segurança alimentar e a economia em todo o mundo.
Em um mundo com rápido crescimento populacional, a garantia de manutenção das redes produtivas e de logística são fundamentais para que haja comida para todos. Mas para que isso seja possível, o meio ambiente precisa ser preservado. Por isso, o aquecimento global já é percebido por boa parte dos produtores, políticos, cientistas e ambientalistas como o principal desafio deste século.
Um dos principais efeitos do aquecimento global, potencializado pelo efeito estufa, são as mudanças climáticas extremas. Aumento das temperaturas, padrões de chuva irregulares e eventos climáticos como secas prolongadas, enchentes e tempestades intensas são efeitos de um mundo cada vez mais poluído e dependente de combustíveis fósseis.
Toda e qualquer alteração nas condições climáticas têm um impacto direto na produção agrícola. Ao redor do mundo, exemplos de perdas significativas de safras e prejuízo no planejamento e na produtividade estão acontecendo por diversos fatores.
Como o aquecimento global afeta o agronegócio?
Um dos primeiros efeitos do aquecimento é o aumento das temperaturas. O calor extremo produz o estresse térmico para plantas e animais, afetando negativamente seu desenvolvimento e produtividade.
Culturas expostas a temperaturas mais altas podem apresentar uma redução na qualidade e na quantidade de sua produção. Animais de criação, por sua vez, podem enfrentar dificuldades para se adaptar às mudanças climáticas, resultando em menor ganho de peso e problemas de saúde.
Outro efeito notável é a alteração dos padrões sazonais de plantio e colheita, as mudanças climáticas estão levando a desvios nos ciclos naturais, o que exige adaptações na gestão das atividades agrícolas. O momento ideal para plantio e colheita pode não mais coincidir com as condições climáticas ideais, levando a desafios na obtenção de rendimentos satisfatórios.
No Brasil, tivemos o exemplo nos últimos anos com a alteração entre os fenômenos La Niña e El Niño. Por mais que sejam fenômenos naturais, o aquecimento global altera o regime de ventos, a temperatura da água dos oceanos e, consequentemente, os padrões de precipitação.
Assim, as épocas secas e as épocas de chuva têm se confundido, e mesmo quando chove mais em regiões secas, o resultado costuma ser negativo pelos altos volumes de água. Isso demonstra que a alteração nos equilibrados regimes do clima vai afetar o nível de produtividade de alimentos do planeta.
Leia também:
- Consumo de diesel e biodiesel no Brasil deve crescer em 2023
- Como a irrigação sustentável pode combater o aquecimento global?
- O que é o aquecimento global e quais são seus efeitos?
A escassez de água, que já é uma grande preocupação pelo alto uso do elemento no agronegócio, é extremado devido às mudanças climáticas. O aumento da imprevisibilidade dos padrões de chuva e a ocorrência de secas prolongadas afetam a disponibilidade de água para irrigação, comprometendo a produção agrícola, especialmente em regiões mais desérticas que dependem da irrigação para garantir safras abundantes e armazenar insumos para o restante do ano.
A proliferação de pragas e doenças é outro efeito nocivo do aquecimento global que afetam as culturas e os animais. Temperaturas mais altas e a alteração no nível de umidade podem favorecer o desenvolvimento de organismos nocivos, exigindo mudanças no controle de pragas que geralmente incorrem numa necessidade de controle mais rigoroso e medidas de prevenção mais intensivas — e mais caras, por parte dos agricultores.
A alteração dos padrões climáticos é, portanto, um risco real para a segurança alimentar do planeta. Além dos impactos das mudanças no agronegócio, também afeta a cadeia de suprimentos alimentares, a logística de distribuição e a diminuição da produção em várias regiões do mundo, causando flutuações nos preços dos alimentos.
Como combater o aquecimento?
Enfrentar o aquecimento global não é tarefa fácil e nem há uma solução única. Enquanto governos se esforçam para chegar nos acordos ambientais necessários, poucos deles chegam a ser cumpridos. Muitos dos caminhos para a sustentabilidade já são sabidos, como a necessidade de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, além de preservar e recuperar matas nativas e corpos de água.
Além disso, é imperativo adotar práticas agrícolas sustentáveis e medidas de adaptação que considerem as mudanças climáticas. Nesse sentido, estratégias como a adoção de técnicas de manejo de culturas mais resilientes ao clima, a conservação de recursos naturais, a diversificação de culturas para minimizar riscos e a implementação de estratégias de mitigação das emissões de gases de efeito estufa são fundamentais.
Fontes: estadão, Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Este conteúdo foi útil para você?
