Começa a segunda etapa da vacinação contra Febre Aftosa no Brasil

17 de novembro de 2022 5 mins. de leitura
Nova etapa da vacinação contra febre aftosa deve imunizar mais de 160 milhões de animais

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A segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa no Brasil começou em 1º de outubro e segue até 30 de novembro. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 161 milhões de bovinos e bubalinos devem ser vacinados em quase todo o País. Atualmente, apenas Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso são zonas livres de febre aftosa com certificação internacional.

Em dez estados (Alagoas, Amazonas, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Roraima e Rio Grande do Norte), a vacinação será feita em animais até 24 meses de idade, conforme calendário disponível para download no site do MAPA.

Para outros 10 Estados (Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Sergipe, São Paulo, Tocantins) e para o Distrito Federal, que compõem o Bloco IV do Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância da Febre Aftosa (PE-PNEFA), a vacinação ocorre em novembro e será para os animais de todas as idades. Nesse bloco, 141 milhões de animais devem ser imunizados.

De acordo com o Ministério, foram utilizadas estratégias de alteração de datas em alguns estados com o objetivo de adequar a demanda de vacinação com o cronograma das indústrias.

Gado Nellore, o mais comum no Brasil. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)

Cuidados na imunização da febre aftosa

As vacinas precisam ser adquiridas em revendas autorizadas e mantidas em condições recomendadas para serem efetivas. Desde a compra até o momento da aplicação, incluindo durante a fase de transporte, as vacinas precisam ser mantidas em temperaturas de 2ºC a 8ºC. O imunizante deve ser aplicado em uma dose de 2 mililitros na tábua do pescoço dos animais, e o Mapa também recomenda que a imunização seja realizada durante as horas mais frescas do dia.

Depois da vacinação, o produtor precisa comprovar o ato no órgão executor de defesa sanitária animal de seu Estado. A declaração da vacina pode ser entregue presencialmente nos postos designados pelo serviço veterinário estadual, dentro de prazos estipulados por cada órgão, ou de forma online.

O que é a febre aftosa?

A febre aftosa é uma doença infecciosa causada por vírus. Seu principal sintoma é a febre seguida do aparecimento de vesículas (aftas) na boca e nos pés de animais com o casco fendido. Em bovinos a doença também causa salivação, dificuldade para mastigar e dor na ordenha ou amamentação.

Afta em bovino, causada por febre aftosa. (Fonte: WikimediaCommons/Reprodução)

A doença ocorre principalmente em bovinos, ovinos, suínos, caprinos, camelídeos e espécies de animais silvestres de cascos fendidos, como capivaras e elefantes. A transmissão para seres humanos é raríssima, o único caso registrado ocorreu em 1966 na Grã-Bretanha. A febre aftosa é bastante similar a uma gripe, e sua ocorrência nos animais não afeta a cadeia alimentar humana.

Apesar de raramente ser fatal, a presença do vírus afeta duramente a produção. Os animais afetados tendem a ter infecções secundárias e os produtores sofrem uma grande perda na produção de leite e carne.

Como o vírus é altamente transmissível, com alto poder de difusão e capacidade de viajar longas distâncias, os mercados se fecham para produtos de regiões com ocorrência da doença. Assim, as barreiras econômicas impostas aos países com presença de febre aftosa são uma das principais consequências da doença, e podem ser devastadoras para a economia local.

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Transmissão da febre aftosa

O vírus da febre aftosa é encontrado em grande quantidade no fluído das vesículas, na saliva, no leite e nas fezes dos animais contaminados. O contato de qualquer objeto ou animal com uma dessas fontes cria o risco de transmissão. No pico da doença, o vírus também fica presente no sangue dos animais, e é excretado antes do animal apresentar sintomas clínicos.

O vírus é amplamente transmitido para animais a partir do contato de veículos, pessoas ou outros animais contaminados. Até pneus, calçados e a mão de quem entrou em contato com um animal contaminado pode transmitir a doença.

Assim, a imunização é a principal forma de garantir a erradicação do vírus. Após a etapa de vacinação de novembro de 2022, o Bloco IV do PE-PNEFA – que engloba Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Tocantins – terá a suspensão da vacinação. A ação é parte da ampliação das zonas livres de febre aftosa prevista no PE-PNEFA.

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Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), gov.br, Instituto Mineiro de Agropecuária, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS (SEAPI/RS)

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