Novas zonas livres de aftosa abrem mercados para carne brasileira

16 de julho de 2021 4 mins. de leitura
Seis novos estados foram declarados livres de febre aftosa sem vacinação, e Paraná foi reconhecido como livre da febre suína

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A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) reconheceu uma área que abrange Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia, parte do Amazonas e do Mato Grosso como zonas livres de febre aftosa sem vacinação no Brasil. Com isso, novos mercados podem ser abertos para a exportação da carne bovina brasileira.

Com a inclusão das novas regiões, cerca de 20% do rebanho brasileiro de bovinos, ou mais de 40 milhões de cabeças, estarão enquadrados no novo status sanitário. A nova certificação internacional dispensará a aplicação de 60 milhões de doses anuais da vacina, o que deve gerar uma economia de R$ 90 milhões para os pecuaristas.

Até então, Santa Catarina era o único estado brasileiro com a certificação internacional. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) espera que todo o território brasileiro seja considerado livre de aftosa sem vacinação até 2026. Aproximadamente 70 países têm esse reconhecimento.

Novos mercados para carne de boi

Novo status sanitário abre portas em 70% do mercado mundial para a carne bovina brasileira. (Fonte: Shutterstock/Nordroden/Reprodução)
Novo status sanitário abre portas em 70% do mercado mundial para a carne bovina brasileira. (Fonte: Shutterstock/Nordroden/Reprodução)

O novo status sanitário permitirá a exportação para alguns países que são mais exigentes e que pagam pela carne de boi um valor que pode ser até 30% superior aos preços praticados no mercado internacional. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) aponta que Estados Unidos, México, Canadá, Japão e Coreia do Sul passam a ser mais acessíveis aos pecuaristas brasileiros.

O Mapa revela que já existe uma negociação em andamento com os dois países asiáticos para permitir a importação da proteína animal brasileira a partir da documentação aprovada pela OIE. O Japão é o terceiro maior importador mundial de carne bovina e comprou 261,5 mil toneladas do produto em 2020. O país é seguido pela Coreia do Sul, que importou 98,6 mil toneladas no último ano.

O reconhecimento abrirá as portas para 70% dos mercados internacionais aos pecuaristas brasileiros, beneficiando as indústrias de carne bovina, suína e de aves. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) estima que os estados do Paraná e Rio Grande do Sul poderão ter receita cambial de US$ 1,2 bilhão no volume de negócios em 2022 devido ao novo status sanitário.

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Carne suína

Suinocultura paranaense também foi reconhecida com novo status sanitário pela OIE. (Fonte: Shutterstock/Joa Souza/Reprodução)
Suinocultura paranaense também foi reconhecida com novo status sanitário pela OIE. (Fonte: Shutterstock/Joa Souza/Reprodução)

A OIE também reconheceu o Paraná como zona livre da febre suína clássica independente, o que garante o status sanitário do estado mesmo que casos da doença ocorram em outras regiões do País. 

Atualmente, 16 estados brasileiros e parte do Amazonas têm status de livre da doença. No entanto, apenas Santa Catarina concentra mais de 50% das exportações de carne de porco e é o único estado que atende a países como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos.

Os paranaenses são os maiores produtores e exportadores de proteína animal do Brasil, segundo informação do Governo do Paraná. Em 2020, o estado produziu mais de 5,7 milhões de carnes de porco, boi e frango, o que representa quase 25% de toda a produção nacional.

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Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fecoagro, Agência Brasil, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

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