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O que é estresse térmico em bovinos e como o evitar?

Temperaturas muito altas ou baixas podem provocar estresse térmico no gado, prejudicando a engorda e a produção de leite

3 minutos de leitura

05/09/2022

O estresse térmico matou cerca de 2 mil cabeças de gado no Kansas, em junho. Como os bovinos são homeostáticos, qualquer alteração no clima atinge o metabolismo dos animais. As temperaturas acima de 30°C podem provocar a redução da produção de leite, da fertilidade e da qualidade da carne produzida.

Mas a situação também pode ser causada por baixas temperaturas e, quando os bovinos estão expostos a períodos prolongados com sensações térmicas próximas de 0°C, sofrem o aumento da assimilação dos alimentos, a compressão de vasos sanguíneos e há o congelamento de extremidades, como testículos, tetas e orelhas.

Confira o que é estresse térmico e como prevenir essa situação no rebanho.

O que é estresse térmico do animal?

O fornecimento de água fresca é essencial para evitar o estresse por calor ou frio. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

O estresse térmico corresponde a alterações no organismo do animal para compensar mudanças nas condições ambientais, como excesso de frio ou calor, alta ou baixa umidade e radiação solar extrema. Quando a resposta fisiológica é insuficiente, diversos danos podem ser causados ao gado.

Alguns fatores podem colocar os bovinos em maior risco:

  • raça — de uma forma geral, os zebuínos estão mais adaptados ao calor que os taurinos, mas alguns bovinos mestiços, como o pantaneiro, podem desenvolver resistência à temperatura e à umidade altas;
  • cor e pelagem — animais com pelos mais claros e finos são mais tolerantes ao calor;
  • condição corporal — os bovinos obesos são mais propensos a sofrer insolação, e os mais magros, com o frio.

Sintomas no gado

Animais muito novos ou mais velhos são mais suscetíveis a estresse térmico. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

No excesso de calor, os bovinos apresentam respiração ofegante, aumento dos batimentos cardíacos e da necessidade de hidratação, além de sudorese. Outros sintomas também podem ser percebidos, como hipersalivação, vômitos e diarreia. O gado tem, ainda, alterações comportamentais, fazendo aglomerações na sombra ou próximas da água ou apresentando um consumo alimentar menor.

Após o estresse térmico, os animais podem apresentar apatia e/ou letargia, marcha cambaleante, fraqueza geral e perda de eletrólitos do corpo. Os sintomas neurológicos incluem irritabilidade, delírios, alucinações, convulsões e até coma.

No caso de frio extremo, o rebanho pode perder peso, pois a energia adquirida pela nutrição e a reserva de gordura corporal são “queimadas” para tentar elevar a temperatura do organismo. Com menor camada de gordura, ficam mais suscetíveis ao estresse térmico pelo frio e perdem peso mais rápido.

Como diminuir o estresse térmico nos bovinos?

O clima é incontrolável, mas ações podem ser tomadas para evitar o estresse térmico. O ideal é manter o rebanho em uma zona de conforto com uma amplitude térmica entre 15°C a 27°C no caso de taurinos e de até 35°C no caso de zebuínos.

Os casos podem ser reduzidos por adaptações no sistema de produção, com medidas preventivas apropriadas para promover o gerenciamento e o planejamento adequados antes do início do aumento da temperatura e da umidade do ambiente.

Confira as principais medidas preventivas:

  • monitorar a temperatura e a umidade;
  • proteger o rebanho do vento no frio;
  • deixar as camas secas, porque aumentam a capacidade de resistência em temperaturas baixas;
  • manter o rebanho limpo, pois a umidade e a sujeira reduzem as propriedades isolantes do couro;
  • fornecer água fresca o tempo todo, especialmente após a ordenha e nas horas mais quentes;
  • proporcionar sombra, natural ou artificial, para reduzir a insolação e a temperatura dos bovinos;
  • instalar sistemas de resfriamento, como ventiladores e aspersores de água, ou de aquecimento em confinamentos para manter a temperatura ideal no ambiente.

Fonte: Fundação Roge, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Reuters, Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

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