Técnica desenvolvida no Instituto Federal Baiano (IF Baiano) é uma importante descoberta para gerar renda e incentivar o aproveitamento da pupunha
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Pesquisadores do Instituto Federal Baiano (IF Baiano) desenvolveram um novo método que possibilita a extração do amido da pupunha. Geralmente, após a produção do palmito o fruto é descartado, mas com essa inovação, o material pode ser utilizado de forma produtiva, trazendo uma nova renda para produtores da região.
Segundo a Embrapa, o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de palmito do mundo. Porém, antes da descoberta da extração, todo o resíduo do palmito era descartado, podendo até ser utilizado como adubo para melhorar a plantação.
Com estratégias competitivas, as indústrias estão cada vez mais interessadas em novas culturas que produzam amidos ativos, para substituir os modificados e ampliar o uso de forma viável e racional.
O amido é um tipo de açúcar amplamente consumido na indústria de alimentos, cosméticos e fármacos (comprimidos, por exemplo, têm o elemento para dar cor). Por isso, conseguir realizar esse processo é uma forma importante para atribuir um novo uso ao fruto, que pode ser utilizado até em embalagens biodegradáveis.
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Os professores e alunos do Instituto sabiam que a pupunha é farta em amido, substância importante para a nutrição. Assim, começaram a explorar o processo de extração para tentar retirar a substância de maneira eficiente.
Os primeiros experimentos foram realizados em 2010. Porém, no início, um grande entrave era a coloração. Esse amido é rico em coloração, amarelada ou alaranjado, e dava muito trabalho extrair essa pigmentação.
Assim, o projeto se dividiu em quatro etapas. Primeiramente, buscou-se otimizar a extração da substância do fruto. Em seguida, o objetivo era direcionado à caracterização química e funcional. Depois foram realizados estudos de propriedades térmicas e estruturais e, por fim, analisou-se a aplicação do elemento obtido em alimentos e na produção de termoplástico biodegradável.
O processo de extração se dá por via úmida alcalina, com etapas de adição de álcalis e sais sulfitados. Os frutos são lavados, sanitizados, descascados, desintegrados e depois adicionam-se as substâncias.
Em seguida, o leite do amido é purificado e lavado sucessivamente com água corrente para a separação das substâncias. A mistura decanta e é purificada em álcool absoluto, filtrado e desidratado à temperatura de 35°C a 60ºC. O resultado obtido é reduzido a pó e passado em peneiras finas.
Os pesquisadores já publicaram quatro artigos científicos internacionais sobre esse uso e o projeto inovador já conquistou sua patente de invenção no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) este ano.
Fonte: Fabpesb, IF Baiano, Ilheus Net.