Depois de um 2020 conturbado, processadoras de cacau e indústrias de chocolate batem recordes em 2021
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Apesar de todos os problemas causados pela pandemia de covid-19 na cadeia produtiva e para os consumidores, o processamento de cacau no Brasil e a indústria de chocolates bateram recordes em 2021. No ano, segundo a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), foram processadas 224.168 toneladas de cacau, 4,4% a mais do que em 2020. O número foi 2% maior do que em 2019, antes da pandemia, quando o setor bateu o último recorde.
O cenário continua otimista em 2022, e a estimativa da AIPC é que o processamento do fruto cresça entre 4% e 5% no ano. O avanço da vacinação contra o coronavírus e a diminuição das restrições de circulação e de funcionamento de bares, lanchonetes e restaurantes devem continuar impulsionando o consumo de chocolate no País e aumentando a demanda pelo cacau. Apenas em janeiro de 2022, já foi registrada alta de 19,26% na moagem de cacau em comparação a janeiro do ano anterior.
A AIPC é formada pelas empresas Cargill, Barry Callebaut e Olam, que juntas processam 95% do cacau brasileiro. As empresas, além de comprarem quase todo o cacau do País, importam principalmente de países africanos. Em 2021, foram 60 mil toneladas importadas para processamento, 6% a mais do que em 2020.
O setor de cacau no Brasil conta com a contribuição de pelo menos 93 mil produtores rurais, sendo a maioria agricultores familiares que operam em áreas entre 5 hectares e 10 hectares. O setor movimenta R$ 23 bilhões anualmente no País.
Os dados divulgados pela AIPC mostraram o avanço da Bahia como principal produtor de cacau no Brasil. O Estado foi responsável pela entrega de 140.928 toneladas de amêndoas de cacau para processamento, em aumento de 39,72% em relação a 2020, quando já era líder no País. O número representou um recorde na produção do Estado, batendo a marca anterior alcançada em 2017.
A Bahia entregou 71,30% das amêndoas de cacau processadas pelas indústrias produtoras em 2021 — o segundo colocado foi o Pará, com 25,21% da produção. Segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri) do Estado, a região sul da Bahia concentra mais de cem marcas de chocolate, sendo um importante polo de empregos na região.
Além da quantidade, a amêndoa de cacau baiana é internacionalmente reconhecida pela qualidade. Em dezembro, os produtores da cidade de Uruçuca receberam medalhas de ouro e prata no Cocoa Of Excellence (Coex2021), considerado o evento mais importante do setor, realizado em Paris (França).
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A indústria chocolateira também deu sinais de recuperação em 2021. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), a produção de chocolate no Brasil alcançou 511 mil toneladas, 44% a mais do que em 2020, ano que ficou marcado pela crise derivada da pandemia de covid-19.
Fonte: Mixvale, Nossa Hora, Diário de Curitiba, Correio 24 horas, Agrolink