Grãos: o que esperar da 2ª quinzena de setembro?

15 de setembro de 2021 3 mins. de leitura
O retorno gradual das chuvas no Sul do País deve favorecer o desenvolvimento de culturas de inverno e o início do plantio da safra de verão

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A safra 21/22 de grãos se inicia em meio à apreensão do ressurgimento do fenômeno climático La Niña e da maior crise hídrica enfrentada pelo Brasil nos últimos 91 anos. No entanto, as chuvas devem começar a chegar na segunda quinzena de setembro, favorecendo o início do plantio e trazendo alívio para o agronegócio.

Por enquanto, as precipitações das duas últimas semanas de setembro estarão concentradas na Região Sul e no sudoeste do Mato Grosso do Sul, o que ajudará no desenvolvimento das lavouras plantadas, como o trigo e o arroz, e na semeadura das culturas de verão, especialmente da soja e do milho. O resto do País deverá ver o retorno das chuvas apenas a partir de outubro.

Veja quais são as perspectivas para os grãos nas próximas semanas.

Soja

Produtores de soja devem ficar atentos à possibilidade de estiagem na próxima safra, provocada pelo La Niña.(Fonte: Shutterstock/Murilo Mazzo/Reprodução)
Produtores de soja devem ficar atentos à possibilidade de estiagem na próxima safra, provocada pelo La Niña.(Fonte: Shutterstock/Murilo Mazzo/Reprodução)

A consultoria de agronegócio do Itaú BBA estima que haverá um crescimento de 4% da área plantada de soja na safra 21/22, o que deve levar a mais um recorde de produção. O cenário de aumento de probabilidade do La Niña requer atenção aos produtores da Região Sul.

Milho

As cotações locais a curto prazo estarão limitadas pelo fim da colheita da safrinha e pela fragilidade do mercado doméstico. No entanto, os preços podem subir acompanhando o mercado internacional, atingido pela redução de 3,6 milhões de toneladas da safra argentina e os rumores sobre um aumento de importações dos Estados Unidos.

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Algodão

O avanço da colheita e do beneficiamento do algodão pode induzir a queda de preços localmente, mas essa redução é limitada pela influência da cotação do produto em Nova York e a boa saúde financeira de grande parte dos produtores, que possibilitam a venda de algodão de maneira mais cadenciada.

Arroz

Os produtores devem observar os níveis dos reservatórios para definir qual será o tamanho da área plantada na safra 21/22, alerta a consultoria de agronegócio do Itaú BBA. A orizicultura competirá por espaço com outras lavouras de verão, principalmente a soja, que oferece uma melhor rentabilidade ao produtor.

Trigo

Safra brasileira de trigo deverá ser recorde, estima consultoria. (Fonte: Shutterstock/Mladen Mitrinovic/Reprodução)
Safra brasileira de trigo deverá ser recorde, estima consultoria. (Fonte: Shutterstock/Mladen Mitrinovic/Reprodução)

A colheita de trigo deve iniciar nas próximas semanas e perdurar até o final do ano. A expectativa de produção nacional recorde pode pressionar as cotações locais do cereal, mas de forma momentânea.

Café

Apesar do início da comercialização da safra recorde do café conilon, as cotações devem seguir firmes, suportadas na maior demanda interna e externa pelo grão, gerada pela redução da oferta de arábica.

Um bom nível de chuvas no período da florada é fundamental para que o balanço do café arábica não fique ainda mais apertado. A próxima safra, que será de ciclo de alta, pode ser comprometida pela seca e geadas, e os estoques devem continuar apertados até 2023.

Fonte: Itaú BBA. 

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