Grãos: quais são as expectativas para a safra 2021/22?

30 de agosto de 2021 4 mins. de leitura
Brasil deve registrar novos recordes de produção nas safras de soja e milho

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a safra de grãos 2021/2022 pode chegar a marca recorde de 289,6 milhões de toneladas, de acordo com a primeira estimativa divulgada pelo órgão no dia 26 de agosto.

A safra brasileira de soja deve alcançar o volume histórico de 141,3 milhões de toneladas, um crescimento de 3,9% em relação à temporada anterior — o que deve garantir a manutenção do status do Brasil como o maior produtor e exportador mundial da oleaginosa. O País deve exportar 87,58 milhões de toneladas na próxima temporada.

O milho se destaca por uma recuperação da produtividade após um ano de quebra de safra em razão dos fatores climáticos. A produção do cereal deve alcançar o recorde de 115,9 milhões de toneladas, um crescimento de 33,8% frente à safra anterior. Com isso, os embarques devem sair de 23,5 milhões de toneladas em 20/21, para 39 milhões de toneladas em 21/22.

Já o algodão tem uma estimativa de safra de 2,71 milhões de toneladas, um crescimento de 15,8% na comparação entre as safras. A Conab espera que 2 milhões de toneladas do produto sejam exportadas em 2022, uma leve queda em relação a este ano, que deverá ser compensada pelo aumento do consumo interno.

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Influência climática

O plantio da soja deve ser iniciado em setembro, mês no qual o fenômeno La Niña pode voltar a ter influência no Sul do Brasil. (Fonte: Shutterstock/Budimir Jevtic/Reprodução)
O plantio da soja deve ser iniciado em setembro, mês no qual o fenômeno La Niña pode voltar a ter influência no Sul do Brasil. (Fonte: Shutterstock/Budimir Jevtic/Reprodução)

“Por mais que nós tenhamos um cenário de preços bons para a grande maioria das commodities agrícolas, é importante o produtor estar preparado para eventuais fatos climáticos que podem trazer de novo uma redução relevante nos níveis de produtividade”, alertou o gerente de consultoria agro do Itaú BBA, Guilherme Bellotti.

Para a próxima temporada, espera-se novamente a possibilidade de influência do fenômeno La Niña no Sul do País, com chuvas abaixo das médias normais. “Isso traz uma preocupação grande sobre o desempenho”, comentou o presidente da Agroconsult, André Pessôa.

A estiagem de 2021, associada aos déficits de chuvas nos anos anteriores, vem gerando problemas de armazenamento nos reservatórios e pode prejudicar a próxima safra. O diretor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, avalia que uma possível crise hídrica pode prejudicar principalmente os sistemas que necessitam de irrigação.

Preocupação com custos

Custos de produção continuarão pressionando as margens dos agricultores na próxima safra. (Fonte: Shutterstock/Fotokostic/Reprodução)
Custos de produção continuarão pressionando as margens dos agricultores na próxima safra. (Fonte: Shutterstock/Fotokostic/Reprodução)

O aumento dos custos com fertilizantes, máquinas agrícolas, mão de obra e serviços nas fazendas preocupa os produtores rurais, que devem continuar com margens apertadas na próxima temporada, apesar da alta das commodities. “Nós projetamos os custos médios com um avanço bastante relevante em relação a safra 19/20”, afirmou Bellotti.

Os agricultores que deixaram para adquirir insumos mais tarde estão enfrentando valores mais elevados. Por isso, é recomendável a antecipação da compra para se precaver das volatilidades do mercado. 

“Quanto mais antecipadamente os insumos forem adquiridos, principalmente os fertilizantes, menores vão ser os impactos da safra 21/22”, comentou o gerente da consultoria agro do Itaú BBA.

Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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