Comitê técnico aprova proposta de R$ 1,32 bilhão para setor do café

30 de agosto de 2021 4 mins. de leitura
Impactados pela geada, os contratos do grão arábica subiram cerca de 19% em uma semana, custando mais de US$ 2 por libra-peso

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A geada que caiu no País na última semana de julho impactou milhares de produtores de café. Segundo os dados da Emater-MG, pelo menos 4,7 mil cafeicultores do Sul de Minas foram prejudicados e precisarão de ajuda para recuperar a plantação. 

O levantamento realizado em municípios do Sul de Minas e no Triângulo Mineiro aponta que cerca de 156 mil hectares nas regiões foram atingidos. Para os produtores impactados, a Emater-MG disse que está disponível para fornecer laudos necessários para que os cafeicultores tenham respaldo para liberação do seguro rural e financiamento de recuperação. 

Os impactos do frio intenso na produção de café

Com as geadas e o frio intenso atingindo o cinturão do café no Brasil, as lavouras foram prejudicadas e as perspectivas de colheita das próximas safras também podem ser impactadas. O Brasil é o maior produtor de café do mundo, com o clima propício para a produção dos grãos. Contudo, a geada já refletiu no preço dos contratos do grão arábica em mais de 19%, aproximando da máxima vista há seis anos.

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Dessa forma, o cenário nacional tem impactado todo o mercado global dos grãos e não apenas no campo, mas em todos os segmentos da cadeia produtiva. Os reflexos serão percebidos por produtores, passando por fornecedores de insumos e maquinários até chegar nas cafeterias e no consumidor final, que devem sofrer com a alta dos preços e a baixa oferta dos grãos. Segundo especialistas, a situação pode ainda se estender entre 2022 e 2023.

O dano causado pela onda de frio é especialmente prejudicial para cafeeiros jovens, o que pode afetar a produção por anos. (Fonte: Pixabay/mciriaco/Reprodução)
O dano causado pela onda de frio é especialmente prejudicial para cafeeiros jovens, o que pode afetar a produção por anos. (Fonte: Pixabay/mciriaco/Reprodução)

Além da onda de frio recente, os produtores já vinham sofrendo com a estiagem do fim de 2020 e o veranico de fevereiro e março, principalmente para a safra de 2021. Agora com a geada forte e a seca do inverno, certamente, a safra prevista para 2022 também estará comprometida.

As ações previstas pelo CDPC

Para atender os produtores que foram impactados, os representantes do Comitê Técnico do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) decidiram elaborar uma proposta de manter uma reserva de contingência no orçamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) de R$ 1,32 bilhão. 

Os recursos fazem parte dos R$ 5,9 bilhões já aprovados pelo CDPC para aplicação nas linhas de financiamento do Funcafé para a safra de 2021/22. Se aprovado pelo Ministério da Economia, a disponibilização do valor será feita após efetiva análise das perdas ocorridas, cujo levantamento será realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em conjunto com entidades do setor.

A situação recente deve elevar o preço do café em cafeterias e supermercados. A última vez que uma forte geada atingiu o Brasil, em 1994, os preços no varejo subiram para nível recorde. (Fonte: Pixabay/Pexels/Reprodução)
A situação recente deve elevar o preço do café em cafeterias e supermercados. A última vez que uma forte geada atingiu o Brasil, em 1994, os preços no varejo subiram para nível recorde. (Fonte: Pixabay/Pexels/Reprodução)

Com a aprovação do CDPC, a proposta será encaminhada ao Ministério da Economia, para ser submetida ao Conselho Monetário Nacional (CMN). A reunião para decisão acontece no dia 26 de agosto. A expectativa é de que em setembro o setor já tenha ideia real do quadro para começar com os financiamentos.

Fonte: Governo Federal, Revista Cafeicultora.

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