Indústria da soja deve encolher em 2021, prevê Abiove

30 de julho de 2021 3 mins. de leitura
Projeções para o esmagamento de soja caíram em quase 300 mil toneladas em comparação com a última análise feita pela entidade

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A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) indicou um potencial encolhimento na indústria da soja em 2021. A conclusão veio de uma revisão das estatísticas mensais do grão no Brasil e das projeções da safra corrente. Segundo o levantamento, a expectativa é de que o processamento da oleaginosa some 46,5 milhões de toneladas neste ciclo.

Esse número representa uma queda de quase 300 mil toneladas na produção em comparação com a última projeção feita pela Abiove — que era de 46,8 milhões de toneladas — e de quase 1% em relação ao volume produzido no mesmo período de 2020. 

Queda no esmagamento da soja

A expectativa de esmagamento da soja foi reduzida para 2021. (Fonte: Lourenço Furtado/Shutterstock)
A expectativa de esmagamento da soja foi reduzida para 2021. (Fonte: Lourenço Furtado/Shutterstock)

Entre janeiro e abril de 2021, foram processadas 12,1 milhões de toneladas de soja no Brasil. Esse valor é o equivalente a uma amostra representativa de 85% do esmagamento do grão no País — processo no qual a soja é transformada em farelo e óleo pelos produtores.

Em comunicado oficial, a Abiove declarou que a baixa nos números foi resultado de uma combinação de elementos. “A redução do esmagamento da soja resulta da menor demanda doméstica por óleo de soja, que, por sua vez, reflete a redução da mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel fóssil para 10% (B10) nos leilões L79 e L80”, explicou Daniel Furlan Amaral, economista-chefe da entidade.

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Por meio da Resolução nº4, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) estabeleceu, em abril de 2021, que o teor da mistura obrigatória de biodiesel no óleo diesel fóssil passasse de 13% para 10%. Segundo o governo federal, essa medida teria sido tomada em decorrência da valorização do óleo de soja nos mercados nacional e internacional, como também da desvalorização cambial da moeda brasileira frente ao dólar.

Aumento nas exportações

Com a demanda interna enxuta por óleo de soja, o Brasil deve aumentar exportações de grãos de soja. (Fonte: Shutterstock)
Com a demanda interna enxuta por óleo de soja, o Brasil deve aumentar exportações de grãos de soja. (Fonte: Shutterstock)

Como foi citado, o impacto sobre o esmagamento do grão é resultado da retração do consumo interno de óleo, apesar do aumento no volume de exportações da soja e seus derivados. Por consequência, é possível que o País volte a registrar números ainda maiores nas exportações para os próximos meses.

A expectativa atual é de que a exportação de óleo de soja alcance a marca de 1,2 milhão de toneladas em 2021 — o que representaria uma alta de 20% em relação à projeção anterior e de 8% ante ao mesmo período de 2020. Segundo os dados do Ministério da Economia, a exportação brasileira de óleo de soja cresceu 30% de janeiro a maio em comparação ao ano anterior.

Com uma quantidade menor de esmagamento e a produção recorde de soja estimada para cerca de 137,5 milhões de toneladas para este ano, a Abiove decidiu ajustar sua estimativa de exportação do grão para 85,7 milhões de toneladas e reduziu as projeções para a produção de farelo de soja em 2021. 

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Fonte: Governo Federal.

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