O inseto voador pode se espalhar rapidamente e causar danos irreparáveis nas plantações de milho
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Desde 2016, uma grande crescente nos surtos de cigarrinha-do-milho tem causado prejuízos a agricultores de diversos estados brasileiros, contudo, em 2022, a questão está ainda mais preocupante no Paraná.
Segundo dados, a praga já está presente em 100% das lavouras do oeste do Estado e pode ocasionar perdas de 30% a 50% na colheita. Entenda como identificar a cigarrinha-do-milho, quais são os danos que ela causa ao cereal e como é o processo de prevenção e controle de surtos do inseto.
A cigarrinha-do-milho é um inseto branco-palha que, quando adulto, mede entre 3,5 milímetros e 4,5 milímetros de comprimento e apresenta duas manchas pretas semelhantes a olhos na cabeça.
Os ovos da espécie são quase transparentes, e as ninfetas apresentam uma cor amarelada antes de atingirem a maturidade. Esses insetos se hospedam nas plantações de milho e se alimentam dela, completando o seu ciclo de vida em menos de 24 dias. Confira alguns fatores que podem facilitar a propagação da espécie:
A cigarrinha-do-milho não causa danos diretos à planta, mas é vetor de diversos patógenos que prejudicam o crescimento e o desenvolvimento da lavoura. Um dos microrganismos mais espalhados pela cigarrinha é o Molicute, que contamina a planta já nos estágios iniciais e causa doenças como enfezamento vermelho, pálido e raiado fino.
Os sinais de enfezamentos só podem ser percebidos a partir do período de enchimento dos grãos, eles consistem em internódios curtos, raízes ralas, redução na produção de grãos, espigas pequenas, plantas improdutivas e outros, que podem ser tão graves a ponto de ocasionar a perda total de uma safra.
Outro patógeno popular introduzido pela cigarrinha-do-milho é o Maize rayado fino, que causa pequenas riscas nas folhas da plantação e provoca a redução no tamanho e na produtividade das espigas.
Como o número de casos de infestações da cigarrinha-do-milho aumentou nos últimos anos, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou um guia com as dez melhores práticas para o manejo dos enfezamentos e do animal. Confira a seguir.
1. Fazer a manutenção das lavouras e eliminar possíveis plantas hospedeiras, como tigueras, em toda a região próxima à plantação.
2. Evitar a semeadura de novas safras próximo a plantas adultas, principalmente se elas já apresentarem sinais de enfezamentos ou do vírus da risca.
3. Sincronizar o período de plantio do milho em uma janela de no máximo 20-30 dias, para dificultar que as plantas mais velhas sirvam como ponto de proliferação.
4. Escolher classes de milhos com tolerância genética maior às doenças causadas pela cigarrinha-do-milho.
5. Utilizar sementes tratadas com inseticidas, que apresentam qualidade superior e maior resistência aos danos causados pela praga.
6. Monitorar e aplicar inseticidas químicos ou biológicos quando a presença da cigarrinha for detectada.
7. Garantir que os produtos combativos aplicados sejam registrados e indicados para o controle da cigarrinha-de-milho em específico, além de respeitar a dose recomendada pelos fabricantes.
8. Utilizar máquinas que evitam a queda dos grãos de milho no chão ou de resíduos da planta que possam servir como hospedeiros para os animais.
9. Transportar a colheita em caminhões que evitem a dispersão de grãos pelas estradas e, por consequência, o nascimento de plantas tigueras.
10. Fazer a rotação de culturas em determinada área após cada safra.
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Fonte: Agrointeli, Agro Bayer, Mais Soja, Embrapa