Nutrição animal: importância do milho para bovinos, suínos e aves
Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País
O Brasil deve consumir 77 milhões de toneladas de milho ao longo de 2022, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entre 60% e 80% do volume do cereal é destinado à nutrição animal, conforme média histórica elaborada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O milho é a principal matéria-prima das rações destinadas para a produção de bovinos, suínos e aves, representando mais de 60% dos alimentos consumidos pelos rebanhos.
O setor de frangos de corte é o que mais demanda, sendo responsável por mais de 45% do consumo do grão para a nutrição animal em 2020, segundo o movimento Somos Milhões.
A indústria de ração cresceu 16,5% entre 2015 e 2020, com a produção total saindo de 69 milhões de toneladas para 81,5 milhões de toneladas. A demanda do cereal para a nutrição dos animais acompanhou o movimento, com uma alta de 14,3% no período, passando de 42,3 milhões de toneladas para 48,1 milhões de toneladas.
Para que serve o milho na ração animal?
A maioria dos sistemas de produção dos bovinos, suínos e aves foi planejada para utilizar o milho por conta dos nutrientes, ausência de substâncias tóxicas e facilidade de cultivo. No entanto, o alimento é utilizado também para a nutrição de cavalos e animais de estimação.
Os teores de óleo e amido representam um grande impacto no valor nutricional do cereal e nos custos das dietas. Em média, o cereal brasileiro tem 8,49% de proteínas e 3,67% de óleo, segundo pesquisa da Embrapa, e o alimento também fornece nutrientes como cálcio, potássio e magnésio.
Na alimentação de aves de corte, com composição de 64% de milho, o cereal é responsável por entregar 69% da necessidade diária de energia, 27% de proteína, 114% de ácido linoleico e 65% do potássio. Nos suínos, com uma ração composta de 66% de milho, o grão supre 69% da necessidade energética, 32% de proteína, 43% de potássio e 78% de sódio.
No entanto, o milho não deve ser o único ingrediente das dietas, porque fornece baixos teores dos aminoácidos lisina, triptofano e metionina. Dessa forma, a ração deve ser sempre complementada com outras fontes de nutrientes.
Leia também:
- Milho: conheça a história do grão no Brasil
- Qual é a previsão para o milho safrinha em 2022?
- Efeitos do conflito Rússia-Ucrânia na cotação do milho
Como usar o milho na nutrição dos rebanhos?
O milho pode ser utilizado de várias maneiras na nutrição animal, podendo ser oferecido in natura, processado, seco ou úmido. A trituração do cereal é o método mais difundido para a alimentação dos rebanhos, pois permite uma maior digestibilidade em comparação a outros formatos de consumo.
No caso dos bovinos, a ensilagem a partir da mistura compactada do grão com a matéria seca da planta proporciona a conservação do alimento por meio da fermentação anaeróbica. A opção oferece uma alternativa nutritiva, palatável e com alta digestibilidade, tanto para o gado de corte quanto para o leiteiro.
Para todos os animais, a composição da ração deve ser adequada de acordo com a fase de desenvolvimento. A proporção de milho costuma aumentar gradualmente desde a fase inicial, passando pela fase de crescimento até a terminação.
Fonte: Rei do Milho, Somos Milhões, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)