Sustentabilidade: Brasil e China discutem ações para a agricultura

12 de julho de 2021 5 mins. de leitura
Em diálogo bilateral, representantes dos dois países falaram sobre colaboração para promover a agricultura sustentável

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O Conselho Empresarial Brasil-China e o think tank chinês Institute of Finance and Sustainability (IFS) promoveram um diálogo bilateral entre a ministra da Agricultura do Brasil e o da China. O papo teve como objetivo alinhar os projetos entre esses dois países e desenvolver ações que possam fomentar a agricultura sustentável.

Essa foi a primeira vez que o setor produtivo e sociedade civil dos dois países se reuniram para debater esse tema tão importante. A reunião foi dividida em quatro pautas principais: finanças verdes, agricultura sustentável, biodiversidade e economia circular. 

A China é o principal parceiro do Brasil na esfera do agronegócio. “Construímos uma relação de confiança na entrega perene, com qualidade, inocuidade e sustentabilidade, em escala suficiente para contribuir para a segurança alimentar da China”, ressaltou a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina.

De acordo com o ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Tang Renjian: “promover a sustentabilidade depende de uma cooperação internacional baseada em boa-fé, confiança mútua e benefício recíproco. O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento a criar uma parceria estratégia com a China e também um importante parceiro no agronegócio”.

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As medidas para a agricultura sustentável na parceria sino-brasileira

As notícias sobre o desmatamento e as queimas no Brasil chamaram a atenção do mundo em 2020. Com isso, muitos parceiros com grande peso nas relações comerciais internacionais para o Brasil começaram a pressionar o País a se posicionar contra os impactos ambientais.

As últimas reuniões promovidas pelos principais líderes mundiais, como a Cúpula do Clima, ressaltaram a importância dos países no comprometimento com a redução da poluição e da emissão de gases de efeito estufa em seus processos produtivos. Alguns líderes mundiais chegaram a dizer que cortarão suas relações de comércio com países que não estiverem cumprindo suas metas na redução desses impactos.

Diante desse cenário, o governo brasileiro tem-se mostrado mais aberto para a chamada agricultura sustentável. Em recente reunião com a China, por exemplo, o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) discutiu ações que a parceria sino-brasileira pode promover.

Renjian afirmou que tem interesse em investir no agronegócio brasileiro e nas medidas sustentáveis do segmento: “atualmente, seis empresas chinesas investem no agronegócio brasileiro; esperamos que elas possam contar com a atenção e o apoio dos brasileiros; estamos abertos e damos apoio a investimentos brasileiros desse setor na China“.

O ministro chinês também comentou que “o relacionamento sino-brasileiro já ultrapassou a esfera bilateral e ganhou relevância internacional, além de assumir uma influência global”. 

“Há enorme potencial para explorar na agricultura sustentável e muito trabalho a fazer. A parte chinesa está disposta a trabalhar com o lado brasileiro para unir forças na promoção da sustentabilidade agrícola e injetar um novo ímpeto para alcançar os objetivos da Agenda 2030 e trazer nossas contribuições positivas”, ele completou.

O presidente-executivo da BRF, Lorival Luz, também esteve presente na reunião e ressaltou que deseja expandir a atuação no seu principal mercado asiático. De acordo com Luz, a China representa mais de 30% das exportações da BRF para a Ásia. 

Expectativas para a ampliação da colaboração entre o Brasil e a China

O ministro chinês está com foco total na sustentabilidade. “Vamos aprofundar a reforma estrutural do lado da oferta agrícola, promover o desenvolvimento verde da agricultura e abrir uma via de sustentabilidade agrícola com características chinesas”, ele comentou.

Do lado do Brasil, a ministra Tereza Cristina reforçou que deseja trabalhar em conjunto com a China e ampliar a parceria, focando na redução da emissão causada por combustíveis fósseis na produção agropecuária.

Para isso, o governo desenvolveu o Plano Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que na última década viabilizou a superação da meta de mitigação de carbono na produção agrícola, atingindo 50 milhões de hectares. O Plano ABC foi atualizado até 2030 e deve estreitar tanto as relações bilaterais quanto econômicas nessa esfera.

Além disso, o governo brasileiro também pretende incentivar a certificação “Carne Carbono Neutro”, uma garantia de que o gado é criado com manejo de pastagens adequado e em áreas de integração lavoura-pecuária-floresta, que neutralizam o metano emitido pelos animais.

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Fonte: Gov.br. 

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