Gripe aviária chega aos Estados Unidos (EUA), e surtos tanto no país como na Europa podem ter consequências nas exportações brasileiras
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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou a presença de gripe aviária em granjas comerciais no país, e o surto é o primeiro desde 2020. Segundo o Serviço de Inspeção de Saúde Animal e Vegetal (APHIS), a doença foi encontrada em uma granja de perus no condado de Dubois, em Indiana.
Dessa forma, devido ao ocorrido, existe a preocupação de que a gripe esteja sendo transmitida por aves selvagens durante a rota migratória delas, que passa pelas maiores cidades criadoras de aves.
O USDA afirmou em um comunicado que a doença não apresenta um problema imediato para a saúde pública e que o cozimento correto de ovos e carnes mata bactérias e vírus.
Já quanto à cepa do vírus, ela é a H5N1, considerada altamente patogênica segundo confirmação de autoridades de Indiana. Surtos desse tipo não aconteciam no país desde 2016.
O ocorrido em Indiana matou cem perus de criação, e 29 mil aves deverão ser abatidas para conter a transmissão. Depois desse episódio, a gripe já foi detectada em um rebanho comercial em New Castle, Delaware e em um rebanho não comercial no Condado de Suffolk (Nova York).
Portanto, a situação toda é preocupante para o setor, já que em 2015 um surto devastador de gripe aviária levou ao abate 50 milhões de aves no centro-oeste americano.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de a transmissão do H5N1 para humanos ser extremamente rara, a doença já vitimou 456 pessoas desde 2003.
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Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de carne de aves e o segundo colocado quando o assunto é exportação. Porém, a forte indústria norte-americana ainda não se recuperou da crise causada pela pandemia provocada pelo coronavírus. As condições de trabalho nos frigoríficos fizeram que surtos de covid-19 se espalhassem facilmente entre os trabalhadores.
A falta de apoio para funcionários doentes e o não cumprimento das regras de segurança fizeram que diversas denúncias surgissem na mídia norte-americana. Com isso, o setor tem sofrido para repor a mão de obra em fábricas, exatamente no momento em que a demanda pelas carnes e congelados cresce.
O baixo número de funcionários também tem sido apontado como um dos fatores que potencializou a transmissão da doença, uma vez que a higienização das granjas acaba sendo feita com menos cuidado.
Dados do governo dos EUA mostram que os estoques de frango congelado estão 15% abaixo do normal e os de peru 23%. Em um primeiro momento, o consumo interno das aves não deve ser afetado, já que a doença foi encontrada em apenas uma granja. Entretanto, as exportações já sentem o efeito da gripe: China, Coreia do Sul e México já proibiram as importações da região afetada.
Dessa maneira, caso a transmissão da doença continue assim, o abatimento de mais aves poderá ser necessário, o que alterará a oferta mundial de aves e afetará o preço delas.
Desde outubro de 2021, mais de 20 países europeus sofreram com a gripe aviária. Assim, configurando mais de 700 surtos que levaram ao abate dezenas de milhões de aves.
A Itália foi o país mais afetado, com mais de 300 surtos. Inglaterra, Hungria, Polônia e França também tiveram números significativos de casos. Em Israel, fazendeiros abateram meio milhão de galinhas para garantir que não houvesse escassez de ovos.
Para o Brasil, a gripe aviária pelo mundo significa ter que aumentar a segurança para que não haja contaminações nas criações locais e uma possibilidade de aumento de exportações.
Apesar de a possibilidade de haver contaminações generalizadas ser pequena na Europa, grandes mercados consumidores, como a China, impedem a importação e buscam a carne de outros lugares. Então, o Brasil pode se preparar para um possível aumento das exportações para o gigante asiático.
Fonte: AviCultura Industrial.