Como as rotas marítimas contribuem com o agronegócio brasileiro?

2 de maio de 2021 4 mins. de leitura
Conheça as principais rotas marítimas do agronegócio brasileiro e como novos caminhos podem diminuir os custos do transporte da produção agropecuária

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As rotas marítimas são essenciais para os produtos da agricultura brasileira chegarem aos mercados da China, da Europa e dos Estados Unidos, contribuindo para a grande participação do agronegócio na economia brasileira. Contudo, o transporte aquaviário ainda tem muito a contribuir para facilitar e baratear os custos logísticos do setor, em especial no mercado interno.

Em 2020, 1,152 bilhão de toneladas de cargas foram transportadas pelos portos nacionais. As rotas de longo curso foram responsáveis por 70% da utilização dos terminais aquaviários, com 808 milhões de toneladas movimentadas, enquanto apenas 196 milhões de toneladas foram transportadas via cabotagem e nas vias interiores, somente 109 milhões de toneladas.

Com uma costa continental extensa e grandes rios navegáveis em seu território, o Brasil pode explorar mais o transporte via água para melhorar o escoamento da produção e baratear os custos da cadeia do agronegócio. Mas, para isso, precisar investir na sua infraestrutura logística, principalmente em seus portos e suas hidrovias.

Principais rotas marítimas

Maioria dos navios com produtos brasileiros tem como destino países asiáticos. (Fonte: Shutterstock/Avigator Fortuner/Reprodução)
Maioria dos navios com produtos brasileiros tem como destino países asiáticos. (Fonte: Shutterstock/Avigator Fortuner/Reprodução)

De acordo com estatísticas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), quase a metade das exportações do agronegócio brasileiro tem como destino países da Ásia, como China, Indonésia, Bangladesh, Vietnã, Coreia do Sul, Hong Kong e Japão. Essas rotas marítimas atravessam o Atlântico Sul até passar pelo Cabo de Boa Esperança, na África do Sul, para alcançar os oceanos Índico e Pacífico em uma viagem que dura, em média, 45 dias.

Um quarto do volume agrícola exportado passa exclusivamente pelo Atlântico. A Europa é o destino de mais de 20% dos embarques de produtos agropecuários brasileiros, e cerca de 6% vão para a América do Norte, em especial os Estados Unidos.

Cerca de 10% são direcionados ao Oriente Médio, e os navios cargueiros precisam passar pelo Canal de Suez, que foi recentemente bloqueado, para chegar principalmente à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes Unidos.

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Novos caminhos para a agricultura

Cabotagem pode baratear escoamento da produção gaúcha de arroz. (Fonte: Shutterstock/A.PAES/Reprodução)
Cabotagem pode baratear escoamento da produção gaúcha de arroz. (Fonte: Shutterstock/A.PAES/Reprodução)

Novos caminhos pela água podem ser abertos para a agricultura brasileira. O principal deles é o Projeto de Lei 4199/2020, que institui a BR do Mar e pretende incentivar a navegação por cabotagem no Brasil. 

A utilização de rotas marítimas representa uma melhor segurança e economia em longas distâncias em comparação às rodovias. A medida pode também equilibrar a logística nacional no transporte de produtos, hoje concentrada no modal rodoviário.

A Empresa Brasileira de Logística (EPL), uma empresa pública do governo federal, estima que a BR do Mar poderá reduzir em até 15% os custos da cabotagem. O número de contêineres transportados por ano deve saltar de 1,2 milhão, em 2019, para 2 milhões, em 2022, e a frota dedicada à navegação interna pode aumentar 40% nos próximos três anos, segundo o governo federal.

Além disso, a utilização de rotas hidroviárias internas para alcançar no Arco Norte e, com isso, acessar o Canal do Panamá pode baratear em 35% o frete direcionado para o oceano Pacífico, calcula a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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Fonte: Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Ministério da Infraestrutura. 

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