Inflação prévia medida pelo IPCA-15 fica em 0,69%, o menor patamar desde o início da pandemia
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve uma alta de 0,69% em março, sendo o menor índice para o mês desde o início da pandemia, em 2020. O número pode indicar que a inflação brasileira está desacelerando, uma vez que o índice inflacionário para fevereiro avançou 0,76%, e em março de 2022 ficou em 0,95%.
O IPCA-15 acumulado no trimestre ficou em 2,01%, um índice abaixo dos 2,54% registrado nos primeiro trimestre de 2022. O acumulado do índice nos últimos 12 meses ficou em 5,36%, um número 0,27 pontos percentuais em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O cálculo do IPCA-15 leva em conta os preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos em 11 regiões metropolitanas do País. Esses preços foram coletados entre 11 de fevereiro e 15 de março e comparados com os valores vigentes entre 13 de janeiro e 10 de fevereiro.
O indicador é acompanhado de perto pelos agentes do mercado, sendo usado para a tomada de decisões de investimentos afetados pela inflação. O IPCA-15 também é utilizado pelo Banco Central como um dos indicadores para avaliar se a política monetária está surtindo efeito e para definir a taxa básica de juros (Selic).
O IPCA-15 apresentou uma alta em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. Os gastos com alimentação e bebidas, que têm participação significativa de produtos agropecuários, apresentaram uma alta menor em relação a outros grupos, com destaque para a queda nos preços das verduras e proteínas.
A batata-inglesa teve uma queda de 13,14%, enquanto a cebola baixou 12,13% e o tomate 6,34%. Esses três produtos podem ter sido afetados pela sazonalidade da produção, uma vez que o período de colheita é iniciado no outono.
Entre as proteínas, as carnes apresentaram uma queda média de 0,91%, com o valor do contrafilé reduzindo em 2,04% e o preço da picanha recuando 1,43%. O frango em pedaços apresentou uma queda de 1,94%, enquanto o frango inteiro se mostrou estável, com baixa de apenas 0,02%.
Já o ovo teve uma tendência contrária, com uma alta de 8% nos primeiros 15 dias de março. A alta reflete o aumento de custos de produção e de alimentação, além de um maior consumo por conta do período da Quaresma.
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A projeção para a inflação medida pelo IPCA em 2023 subiu de 5,9% para 5,96%, de acordo com a última pesquisa Boletim Focus, divulgada pelo Banco Central. Isso indica que a inflação deve continuar elevada neste ano, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,25%.
Entretanto, a projeção para a inflação em 2024 é de 4,02%, abaixo da expectativa para 2023, o que sugere uma desaceleração da inflação em um médio prazo.
A expectativa de expansão da economia, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) é de 0,89% em 2023. Para os anos seguintes, as previsões são de um crescimento mais expressivo, com expansão do PIB em 1,5% em 2024, 1,8% em 2025 e 1,98% em 2026.
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa do mercado financeiro é de que a Selic, que está em 13,75% ao ano, encerre 2023 ano em 12,75% a.a. e caia para 10% a.a. no fim de 2024.
Fonte: Estadão, Agência IBGE de Notícias, Agência Brasil