Cenoura: por que o preço do vegetal disparou?

21 de março de 2023 4 mins. de leitura
Entenda por que o preço da cenoura subiu em janeiro e como está a inflação no grupo de alimentos e bebidas

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Vários alimentos puxaram a inflação para cima em janeiro de 2023, entre eles a cenoura. Em algumas das principais praças produtoras do País, o vegetal chegou a registrar aumentos de 150% em relação ao preço de dezembro.

Na região produtora de São Gotardo (MG), a cenoura “suja” chegou a ser comercializada por R$ 50 a caixa de 29 quilogramas. Em dezembro de 2022, o preço médio foi de R$ 18,28 a caixa, ou seja, um aumento de mais de 170% no valor. Em Cristalina (GO), o preço chegou a R$ 45 a caixa durante o mesmo mês.

Cenouras recém colhidas cobertas com terra
O índice pluviométrico elevado afetou áreas produtoras de cenoura. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Chuvas em excesso

A alta valorização do produto foi devido a grande diminuição da oferta, causada por fortes chuvas que abateram as regiões produtoras. A elevação do índice pluviométrico dificulta a entrada do maquinário nas lavouras, seja para a plantação, seja para a colheita.

Apesar das fortes chuvas, alguns produtores têm conseguido entregar cenouras com boa qualidade. O índice de mela registrado foi irrelevante, e os produtores que dispõem de maior tecnologia têm obtido sucesso com o uso do resfriamento.

No final de janeiro, o regime de chuvas ficou mais próximo da normalidade e a produção também deve se normalizar aos poucos. Entretanto, não é provável que haja grandes recuos nos preços, já que não há expectativas de excedentes da produção tão cedo.

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Imagem próxima de uma cenoura madura e um pouco acima da terra e com o talo verde
A agricultura familiar é fundamental para produção de cenouras do Brasil. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Inflação

Não foi só a cenoura que teve um aumento no preço no início de 2023. Segundo dados do Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), coletados pelo Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço de 124 itens subiu em janeiro, enquanto 63 apresentaram redução.

Com isso, o grupo de Alimentos e Bebidas registrou uma inflação de 0,59%. Nos últimos doze meses, a inflação do grupo chegou a 11%. O produto que registrou o maior aumento de preço foi a abobrinha, com o valor ao consumidor final registrando um aumento de 44,05% no mês. Em seguida, ficaram a cenoura, com aumento de 17,55%, o morango, com 16,46% de alta, a tangerina com 15,51% e a batata-inglesa, com aumento de 14,14%.

Apesar do aumento de preços, o IPCA apresentou uma desaceleração da alta em relação a dezembro de 2022, quando o apurado foi de 0,62%. Os produtos que registraram as maiores quedas foram o limão, com recuo de 36,4% nos preços em relação a dezembro, e a cebola, com diminuição de 22,7%.

Outro indicador que pode afetar o agronegócio é o preço dos combustíveis; em janeiro, o IPCA registrou inflação de 0,68% no preço desses produtos.

Dados da cenoura no Brasil

A cenoura é um vegetal cultivado em todo o território nacional e, consequentemente, muito popular na mesa dos brasileiros. Podendo ser consumida crua ou em diferentes tipos de preparo, a cenoura é um item marcante no almoço da maioria das famílias.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a produção anual estimada de cenouras no Brasil é de 900 mil toneladas. O vegetal está entre as 10 hortaliças mais cultivadas no País, sendo mais da metade dessa produção concentrada em Minas Gerais.

A agricultura familiar é um dos fatores mais importantes para a produção da cenoura, o sistema mais utilizado nesse caso é o plantio a campo aberto em canteiro, com o uso de sistema de irrigação por aspersão convencional. Neste cenário, a produtividade varia de acordo com o clima, no inverno, por exemplo, são colhidas de 30 toneladas a 40 toneladas por hectare, e no verão de 20 toneladas a 30 toneladas por hectare.

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Fonte: Sebrae, Embrapa Infoteca, HF Brasil, Money Times

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