Commodities em alta: exportações do agronegócio batem recordes - Summit Agro

Commodities em alta: exportações do agronegócio batem recordes

24 de junho de 2022 4 mins. de leitura

O boom das commodities garante recordes de receita nas exportações do agronegócio no 1º quadrimestre do ano

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O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou a nota de conjuntura com os dados atualizados sobre o comércio exterior do agronegócio, e as notícias são boas para o setor. Com as exportações de abril, o saldo positivo da balança comercial do agronegócio alcança US$ 43,7 bilhões no acumulado do ano.

Apenas em abril, o setor exportou US$ 14,9 bilhões e, com isso, o primeiro quadrimestre do ano marcou uma alta de 34,99% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado.

Destaques de exportações

Apesar de algumas commodities terem sofrido uma diminuição no volume de exportações, os preços em alta têm garantido recorde de receitas. A soja em grãos, por exemplo, fechou abril com um preço 41,8% maior do que em abril de 2021. Com a demanda em alta na Europa e na Ásia, uma vez que a Ucrânia e a Rússia não puderam exportar o óleo de canola, os produtos de soja brasileiros supriram a demanda externa. O País exportou US$ 6,729 milhões de soja em grãos, US$ 940 milhões de farelo de soja e US$ 415 milhões de óleo de soja apenas em abril de 2022.

As carnes também elevaram as receitas das exportações do agronegócio. Em abril de 2022, a carne bovina estava com um preço 27,9% maior do que em relação ao mesmo mês de 2021, e a quantidade exportada cresceu 22,1%. A carne de frango também estava com preço 27,2% maior, e a quantidade enviada foi 5,6% maior do que no ano anterior.

Com os bons resultados das exportações no primeiro quadrimestre e a expectativa da manutenção dos preços altos das commodities, vários bancos — e até o Ministério da Economia — revisaram as expectativas da balança comercial.

Em 2021, o País exportou US$ 280,8 bilhões e alcançou um superávit de US$ 61,4 bilhões, e os especialistas acreditam que essa marca deva ser facilmente superada, podendo alcançar entre US$ 70 bilhões e US$ 80 bilhões.

Produtos como milho, soja, café, carnes, petróleo e minérios puxaram as exportações brasileiras do agronegócio. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Os produtos milho, soja, café, carnes, petróleo e minérios puxaram as exportações brasileiras do agronegócio. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

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Bom desempenho do agro não garante melhora da economia brasileira

Segundo estimativas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea-Esalq/USP), o agronegócio deve ampliar sua participação na economia brasileira e pode representar mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Inflação no país e preços atraentes para exportação faz com que a cesta básica do brasileiro esteja cada vez mais cara. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
A inflação no País faz a cesta básica do brasileiro ser cada vez mais cara. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Apesar dos bons números do setor, o estado da economia brasileira preocupa a longo prazo. O boom das commodities se deve a duas grandes crises globais: a pandemia de covid-19 e o confronto do leste europeu — e essas situações não devem se repetir em breve. A dependência de preços altos das commodities e do dólar alto para elevar as receitas com exportações são situações insustentáveis a longo prazo.

Somam-se a isso a grande desindustrialização que o Brasil sofre há décadas e a constante mecanização do setor agropecuário, que aumenta as margens de desemprego. Com a inflação alta e o consumo interno em queda, as exportações são o último motor da economia, mas ela não garante que os bons números do setor agropecuário melhorem a vida da população brasileira.

Por isso, apesar da boa expectativa para a balança comercial, a chance de crescimento do PIB não ultrapassa 1%.

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Fonte: IPEA, Agência Brasil, CNN Business

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