Governo chinês compra carne suína para controlar preços

6 de junho de 2022 4 mins. de leitura
China anuncia nova compra de carne suína congelada para aumentar estoques estatais e controlar preços

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O governo chinês informou uma nova compra de 40 mil toneladas de carne suína congelada para estocar em reservas estatais. A notícia foi divulgada pelo planejador estatal do país e tem como objetivo equilibrar os preços que vêm caindo devido à retomada da produção e à baixa demanda.

A China, porém, não divulgou a quantidade estocada anteriormente e age diretamente para manter os preços sob controle. A queda drástica da demanda é atribuída às novas medidas de enfrentamento aos surtos de coronavírus no país, já que, com os lockdowns severos, o comércio foi duramente afetado.

A produção suína do país, que é o maior consumidor dessa qualidade de carne no mundo, vinha se recuperando após anos da crise causada pela peste suína africana (PSA). Em 2021, a China produziu 53 milhões de toneladas de carne suína, aumento de 29% em relação a 2020.

Rebanhos chineses começam a voltar a patamar númerico normal depois de anos de crise com a Peste Suína Africana. (Fonte: Pexels/Reprodução)
Rebanhos chineses retornam a patamar numérico normal depois de anos de crise por causa da peste suína africana. (Fonte: Pexels/Reprodução)

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Crises recentes nos rebanhos de porcos chineses

Em 2018, a China detectou a PSA em porcos de diversas fazendas de subsistência. Em 2019, porém, a situação saiu do controle e se espalhou por diversos países asiáticos. Estima-se que, na ocasião, a China precisou abater 60% do rebanho para impedir a continuidade das transmissões. Nesse período, o Brasil se beneficiou com o aumento das exportações de carne suína para o país; apenas em 2019, o volume de carne exportada cresceu 33,7%, e um dos Estados mais beneficiados foi Santa Catarina, principal produtor de carne suína do Brasil.

Produtores brasileiros de porcos foram beneficiados com o aumento das exportações devido a crise chinese com a peste suína.(Fonte: Pexels/Reprodução)
Produtores brasileiros de porcos foram beneficiados com o aumento das exportações devido à crise chinesa de peste suína. (Fonte: Pexels/Reprodução)

Apesar dos esforços para a contenção da PSA, a China ainda enfrentou surtos menores durante 2020 e 2021. No ano passado, após uma série de medidas para possibilitar a importação de animais vivos a fim de repor o rebanho, a produção chinesa voltou a ganhar força, o que colaborou com a queda dos preços.

Peste suína

A peste suína africana é uma doença causada por um vírus mais contagioso e mortal do que a peste suína clássica. Descoberto em 1920 no Quênia, o vírus — que pode ser transmitido por contato direto dos porcos com animais ou fezes contaminadas e pelo consumo de alimentos contaminados — foi se espalhando por décadas até atingir todos os continentes. Apesar da alta taxa de mortalidade em porcos, a peste não é transmissível para humanos.

Entre os principais problemas causados pela doença é possível citar que têm alta taxa de mortalidade em granjas, podendo chegar a 90%, e que os primeiros sintomas são confundidos com doenças comuns. Isso faz que os animais só sejam separados e abatidos após terem contaminado uns aos outros.

A China também enfrenta dificuldade em impedir que os produtores vendam as carnes dos animais doentes que foram abatidos. Como a peste não é transmissível aos humanos, o produto acaba sendo consumido, porém a manipulação e a manutenção dele faz que o vírus continue sendo transmitido. O governo chinês já divulgou medidas para combater essas ações.

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Fonte: Suíno Cultura Industrial, Forbes, Notícias Agrícolas, Brasil Agro, Summit Agro Estadão

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