Estudo realizado pela Esalq/USP aponta que o faturamento da agropecuária brasileira pode crescer quase 10% com ampliação da conectividade em áreas rurais
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A agropecuária brasileira é a principal fornecedora de alimentos do mundo, mesmo com apenas 23% do espaço agrícola do País tendo alguma conectividade. A universalização do acesso à internet tem o potencial de aumentar até R$ 101,47 bilhões no Valor Bruto de Produção (VBP), segundo estudo desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).
A pesquisa “Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro”, encomendada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), tem como objetivo principal subsidiar ações para a ampliação da conexão à internet no ambiente rural a partir de tecnologias de banda larga como modelo satélite, cabo de fibra óptica e telecom, o que inclui a nova geração 5G.
O estudo analisa o histórico de mudanças na conectividade rural, entre 2006 e 2017, e o impacto disso no VPB da agropecuária. A partir dos dados obtidos, a pesquisa apresenta dois cenários para a cobertura de internet no modelo de telecomunicações em um horizonte de 5 anos, até 2026.
No primeiro, o aproveitamento da capacidade ociosa de transmissão de 4,4 mil torres de celular já existentes permitiria ampliar a cobertura para até 48% da zona rural. Isso incrementaria em 4,5% o faturamento do setor, projetado para R$ 1,057 trilhão. Uma segunda projeção estima que a instalação de 15.182 novas torres ampliaria a cobertura de internet para 90% do campo, o que proporcionaria aumento de 9,6% no faturamento do agronegócio brasileiro.
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Além da aplicação de novas tecnologias no agronegócio, a disponibilização da internet em áreas estritamente rurais permitirá assistência técnica e capacitação online, especialmente para pequenos e médios produtores. Um projeto piloto desenvolvido pelo Mapa e pelo Ministério das Comunicações proporcionará conectividade em escolas rurais e comunidades remotas a partir de satélites.
Em uma primeira fase, o governo espera atingir 156 comunidades e assentamentos rurais distribuídos em 134 municípios de dez estados, principalmente das regiões Norte e Nordeste. O Mapa também afirma que é possível ampliar o acesso à internet no campo a partir da utilização de espaços ociosos disponíveis no espectro da radiodifusão. Esse tipo de conexão permite o tráfego de dados em baixa frequência, possibilitando a comunicação por meio de mensagens de texto e voz por aplicativos e redes sociais. Entretanto, a tecnologia ainda precisa de regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Um salto de produtividade no campo deverá ser proporcionado pela difusão do sinal de internet 5G, que permitirá a comunicação em tempo real de objetos, possibilitando a automação completa de atividades e máquinas no campo.
Para a tecnologia ser utilizada, é preciso que seja realizado o leilão da nova geração de internet, que está previsto para o segundo semestre de 2021. Antes da implantação do sinal 5G, as empresas devem garantir, como contrapartida, a tecnologia 4G para localidades com até 600 habitantes e nas principais rodovias do País, por onde escoa a produção agropecuária.
Nas zonas rurais próximas ao perímetro urbano, onde é possível instalar a internet via fibra óptica, o Mapa pretende atuar para oferecer linhas de crédito com recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST).
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Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Brasil.