Com um risco-país alto, Brasil perde oportunidades, o que pode impactar negativamente as relações comerciais, como as do agronegócio
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Um ano depois do início da pandemia, as perspectivas macroeconômicas do Brasil ainda são incertas devido ao agravamento da situação sanitária do País. O cenário fez com que o risco-país tenha aumentado, repelindo investidores e impactando negativamente as negociações.
Um dos fatos mais recentes na piora desse indicador foi a troca do presidente da Petrobras, que, associado à demora do andamento da vacinação, colocou o Brasil no maior nível desde novembro. Agora, o risco-Brasil soma 217 pontos.
A alta é de 14% e se mostra bem superior à observada em outras economias emergentes, como a do México, que aumentou cerca de 7%; da Rússia, 2%; da África do Sul, 4%; e Turquia, 3%.
Segundo a XP Investimentos, o risco-país ou risco-Brasil é um conceito econômico que expressa a probabilidade de insolvência de um país frente aos investidores estrangeiros. Exemplificando: quando estrangeiros pensam em investir no país, esse risco é analisado como sendo um termômetro da capacidade da nação de honrar seus compromissos financeiros e dívidas, sobretudo, em momentos de incerteza como a da atualidade.
Assim, fatores externos à economia, como a política nacional ou qualquer situação que cause instabilidade, são levados em consideração na hora de definir o nível de risco. Há dois instrumentos para medir o risco-país: o Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+Br), que é, de acordo com o Banco Central, um índice ponderado composto com instrumentos da dívida externa, negociada em dólar por governos de países emergentes; e o Credit Default Swap (CDS), que é como se fosse um seguro contra eventuais calotes do pagamento de títulos públicos.
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No momento, o risco-Brasil ainda não impactou negativamente o agronegócio, principalmente os contratos futuros, que têm mantido a oferta e a demanda. O Banco Mundial projeta um crescimento de 3% do PIB brasileiro em 2021, depois de uma queda de 4,5% em 2020. Porém, seria necessário um crescimento de 5% para voltarmos ao baixo patamar de 2019.
No caso do agronegócio, a estimativa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para 2021 é de crescimento de 1,5%. Há expectativas de crescimento de 3,1% na produção de grãos, com destaque para soja que pode crescer 7%.
Em contrapartida, o feijão e o arroz devem cair 2,5%, e o algodão 12%. Do lado da pecuária, a oferta de bovinos continua pequena, espera-se um aumento de 5,5% para aves e um de 3,5% para suínos. Isso significa que o setor deve se manter estável pela crescente demanda por commodities na China, como soja, milho, algodão e açúcar, nas vendas antecipadas, bem como algodão, carne bovina, suína e de aves.
Contudo, com preços internacionais firmes, pressões internas podem ocorrer, principalmente com o câmbio fora do controle e a falta de resolução dos problemas ocasionados pela pandemia. Esses problemas são desafios bem grandes para a atual estabilidade do setor do agronegócio.
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Fonte: Money Times, XP, Cepea.