Cultivar desenvolvida em parceria com a UFRGS se adapta melhor ao clima brasileiro e é mais resistente
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O trevo-vermelho é uma das espécies mais utilizadas para forragens no sul do Brasil; de origem europeia, a planta se adaptou bem ao clima e ao solo da região. A fim de aumentar suas vantagens e impulsionar a produtividade das fazendas, pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) criaram uma versão superior da planta.
Entre outros benefícios, a cultivar URS BRS Mesclador do trevo-vermelho sofre menos no verão e oferece boa produção durante o ano inteiro, além de diminuir a necessidade de adubação nitrogenada, uma vez que ela mesma ajuda a fixar essa substância no solo.
“Basicamente, a cultivar tem três características: persistência, produção de forragem e de semente”, afirmou o professor da UFRGS, Miguel Dall’Agnol, para o site da Embrapa. As qualidade citadas pelo pesquisador trazem mudanças substanciais para a produção do trevo-vermelho no País.
A começar pela persistência, esse atributo resolve um problema constante do trevo-vermelho no Brasil: a sensibilidade às altas temperaturas. Mesmo que o sul apresente um clima mais ameno que o restante do País, os verões geralmente são quentes demais para a planta. Considerando que é uma espécie perene e deveria sobreviver durante todo o ciclo, o calor é um problema frequente para os produtores.
A URS BRS Mesclador foi desenvolvida para se adaptar melhor a essas condições, podendo ser plantada até mesmo em outras regiões, nas quais deve sobreviver muito bem até o início da primavera, de acordo com os pesquisadores. A melhor adaptação da nova cultivar ao clima brasileiro também permite produção constante ao longo de todo o ciclo. Em especial quando a URS BRS Mesclador é consorciada com gramíneas de inverno comuns em pastagens, como aveia ou azevém, a qualidade da produção se torna ainda maior.
A combinação dessas espécies também é interessante porque a aveia e o azevém são sazonais, com produtividade que oscila durante o ciclo, enquanto o trevo-vermelho é perene. Sendo assim, o consórcio é garantia de boas forragens durante o ano inteiro para os produtores do Sul.
Também vale destacar que a URS BRS Mesclador tem boa produção de sementes, o que aumenta seu apelo comercial e é extremamente importante para a fase de formação das pastagens.
Outra característica importante da nova cultivar de trevo-vermelho é a fixação de nitrogênio no solo. Isso acontece porque bactérias do gênero Rhizobium vivem em simbiose com a planta, fixando o nitrogênio atmosférico na terra.
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Com o tempo, a necessidade de adubação nitrogenada na pastagem diminui, fazendo com que os custos para o produtor também caiam drasticamente. O consórcio com as gramíneas de inverno potencializa essa característica, sendo mais uma vantagem da combinação das plantas.
Por fim, é interessante observar que o trevo-vermelho, com a aveia ou o azevém, produz uma pastagem de qualidade, com boa digestibilidade e alto valor nutritivo, principalmente em proteínas.
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Fonte: Embrapa