Tecnologia aproxima produtores de consumidores e dribla a crise

27 de agosto de 2021 4 mins. de leitura
Startups oferecem soluções para os pequenos produtores comercializarem seus produtos

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Durante a pandemia de covid-19, o agronegócio tem sido um dos poucos setores que não recuou no Brasil. Muito pelo contrário, cresceu acima das previsões. Estima-se que, em 2021, o agronegócio corresponderá a 30% do PIB do País, e um dos fatores importantes para esse movimento é o dólar alto em relação ao real, que potencializou os lucros das exportações.

Porém, para os pequenos produtores, a pandemia e o dólar não culminaram em um cenário positivo de vendas. Com o aumento do preço de produção e diminuição dos canais de vendas, como feiras livres, esses produtores estão recorrendo à tecnologia para o escoamento, e as startups têm sido grandes aliadas nesse processo. 

Tecnologias ajudam pequenos produtores a vender seus produtos. (Fonte:Alf Ribeiro/Shutterstock/reprodução)

Exemplos de crescimento sustentável

A Muda Meu Mundo é um exemplo de conexão entre mercado e produtores. A empresa nasceu como uma startup de caráter social no Ceará, em 2017, mas mudou seu foco em 2019 para negociar os produtos de pequenos produtores rurais em redes de varejo. Em 2020, em plena crise causada pelo coronavírus, a startup injetou mais de meio milhão de reais nos negócios de 79 famílias produtoras, aumentando o rendimento de cada família em 107%, em média.

A fundadora da empresa, Priscilla Veras, conta que o crescimento em 2020 foi de 433%, e o esperado em 2021 é um resultado também na casa dos 400%. Para ela, a fórmula do sucesso da empresa foi mudar seu paradigma de funcionamento. O negócio trocou as “feirinhas” que organizava para focar nas vendas no varejo, dando garantia ao agricultor de vender o que ele produziu.

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O agronegócio é parte da solução

O crescimento na contramão da crise também é o caso da plataforma Raízs, de São Paulo. Desde o começo da pandemia, a plataforma viu os pedidos dobrarem, a base de usuários crescer 215% e 100 novos produtores se juntarem à startup — agora a plataforma conta com mais de 900 pessoas integrando a rede.

A Raízs é pioneira em conectar o produtor de alimentos orgânicos ao consumidor. Ela domina cerca de 30% do mercado de São Paulo, com mais de 2 mil itens disponibilizados de acordo com a sazonalidade. A rede consegue fugir dos alimentos mais comuns para oferecer alimentos que demandam uma especialidade no plantio, como couve kale, beterraba amarela, acelga colorida, cenouras roxas e amarelas.

Importância em conectar o consumidor ao produtor local. (Fonte: Ronaldo Almeida/Shutterstock/reprodução).
Importância em conectar o consumidor ao produtor local. (Fonte: Ronaldo Almeida/Shutterstock/reprodução).

Entregas e garantia

Para conseguir manter os alimentos frescos até o consumidor, a startup Raízs trabalha com entrega todos os dias da semana e com a personalização da cesta — o que evita desperdício de alimentos.

A Muda Meu Mundo, nesse sentido, trabalha com um limite de 12 horas entre a saída do alimento do produtor até a entrega para o consumidor, por isso atua dentro de um raio de 150 km em Fortaleza (CE) e 200 km na capital paulista. Desse modo, consegue manter o desperdício em 2,9% — muito abaixo da média de 30% informada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Para garantir a procedência dos produtos, a Muda Meu Mundo exige a Declaração de Aptidão ao Pronaf, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o comprovante de produção orgânica. A Raízs garante a procedência orgânica dos produtos por meio dos certificados do selo Produto Orgânico Brasil e de reconhecimento internacional, emitido pelo IBD (Associação de Certificação Instituto Biodinâmico). 

Fonte: Agrolink, Abrasco, Forbes.

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