Projeto com baixo custo de fabricação visa suprir escassez de mão de obra no agronegócio da Inglaterra
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Pensando em maneiras de mitigar os efeitos do êxodo de mão de obra qualificada dos campos, a startup inglesa Robotriks desenvolveu uma tecnologia autônoma de baixo custo para que produtores possam adquirir robôs agrícolas. Apoiado pela Universidade de Plymouth, na Inglaterra, o projeto recebeu financiamento de 12,9 mil libras do condado de Cornwall, onde a microempresa tem sede e já trabalha com capacidade de produzir um robô em poucas horas.
O sistema funciona com a tecnologia Robotriks Traction Unidade (RTU), uma espécie de “chassi” autônomo capaz de atender às demandas dos agricultores. O projeto é pertencente ao hub Agri-tech Cornwall, uma iniciativa equivalente a R$ 84 milhões que visa incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação em tecnologias agrícolas no sudeste do território inglês. Com sensores e motores de alta potência, a RTU consegue escanear o solo de uma fazenda e até monitorar as etapas de entrega de pesticidas sem a necessidade de conexão com a internet.
Em declaração oficial, o diretor da startup, Jake Shaw-Sutton, fez questão de ressaltar que o projeto desenvolvido pela Robotriks não foi pensado para substituir qualquer trabalhador. “O objetivo é criar um sistema que seja acessível e confiável. Não se trata de eliminar empregos, mas de ajudar onde não há pessoas disponíveis para fazê-los. Cada vez há menos pessoas dispostas a ir para a lida e colher frutas e vegetais. Essa é uma solução autônoma para isso”, ressaltou.
A dificuldade que alguns produtores vêm tendo para encontrar mão de obra qualificada para suas fazendas não é um problema dos ingleses. No Brasil, falta de infraestrutura e de plano de carreira são alguns dos fatores que afastam os trabalhadores das regiões rurais. Mesmo que exista a impressão no mercado de que a adição de novas tecnologias pode remover vagas, a perspectiva vista de dentro é um pouco diferente.
Um dos exemplos disso é a falta de pessoas capazes de pilotar os chamados veículos aéreos não tripulados (Vant), que, assim como os drones, são uma das peças fundamentais na atualidade para a implantação de sistemas de agricultura de precisão, sendo usados para captura de imagens e pulverização de plantações de maneira controlada. De acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Mato Grosso (Senar-MT), 25% do comércio mundial de Vants são provenientes da agricultura.
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Fonte: Agevolution, Robotriks.