Embrapa cria ferramenta para melhorar a produtividade do solo

18 de março de 2022 3 mins. de leitura
O método desenvolvido identifica fatores no solo que limitam a qualidade e a quantidade da produção

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Qual é o impacto de tecnologias na fertilidade do solo? Essa é a pergunta que a nova ferramenta desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) se propõe a responder. Como benefícios propostos, estão o aumento da produtividade, a garantia de rendimento da produção e a redução dos impactos ambientais.

Criada em parceria com a Cocamar Cooperativa Agroindustrial, o método visa promover a integridade do solo e priorizar sua fertilidade nos aspectos físicos, químicos e biológicos. Isso porque, segundo afirmação do gerente-executivo técnico da Cocamar, Renato Watanabe, é preciso pensar no meio ambiente como um todo na hora de favorecer a produção.

Como o controle do solo é feito?

Fertilidade do solo é proporcionada por fatores químicos, físicos e biológicos que devem ser analisados pelo produtor. (Fonte: Pexels)
Fertilidade do solo é proporcionada por fatores químicos, físicos e biológicos que devem ser analisados pelo produtor. (Fonte: Pexels)

Para garantir o bom desenvolvimento do solo, o diagnóstico da Embrapa tem dois indicadores principais como base: o primeiro é o índice de qualidade estrutural do solo (IQES), que é determinado por meio do Diagnóstico Rápido da Estrutura do Solo (Dres); o segundo é a taxa de infiltração estável de água no solo.

Esses critérios foram elencados pela facilidade de aplicação em diferentes condições climáticas e localidades. Cooperativas, organizações de assistência técnica ou mesmo empresas privadas podem adaptá-los.

Como o método de análise do solo foi validado? 

Para comprovar a eficiência do método, ele já foi testado e validado em áreas agrícolas do Paraná: 22 em 11 municípios localizados nas regiões norte e noroeste do estado. As áreas foram escolhidas para abranger as diferentes características de modelos de produção, espécies de vegetação e aporte para palha e raízes.

Para que as avaliações das propriedades fossem completas, elas foram classificadas entre dois modelos de produção, definidos três safras antes das amostragens: o modelo aprimorado, com maior diversidade de espécies vegetais ou maior potencial de produção e persistência de palha e raízes, e o padrão, no qual são realizadas sucessões milho segunda safra/soja e trigo/soja.

Qual foi o diagnóstico da amostra?

Safras de soja e milho foram afetadas principalmente por falta de água, aponta estudo. (Fonte: Pixabay)
Safras de soja e milho foram afetadas principalmente por falta de água, aponta estudo. (Fonte: Pixabay)

A falta de água foi identificada como a principal adversidade para a produtividade nas culturas agrícolas de soja e milho no Paraná. Cerca de 20 milhões de toneladas de grãos de soja foram perdidas por conta das secas em 16 safras (de 1999 a 2015), aponta o estudo. Sendo assim, a disponibilidade de água para as plantas é apontada como solução.

Além disso, devem ser pensadas tecnologias que favoreçam o desenvolvimento de um perfil de solo que seja favorável ao crescimento radicular, ou seja, que não tenha impedimento às raízes, por barreiras físicas, químicas ou biológicas. Assim, elas podem encontrar água em camadas profundas.

Essas melhorias otimizam o aproveitamento do solo pelas plantas, que têm acesso melhorado a um fluxo de água, oxigênio e nutrientes. Foi analisado também que quanto maiores são as temperaturas, maior é a dificuldade de crescimento das raízes. Por isso, em climas tropicais, esse trabalho deve ser redobrado.

Fonte: Embrapa, Cocamar.

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