Como o melhoramento genético é utilizado no agronegócio?

13 de dezembro de 2022 4 mins. de leitura
Melhoramento genético proporciona elevação de produtividade tanto na agricultura quanto na pecuária brasileira

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O melhoramento genético surgiu com a agricultura e a domesticação das plantas há cerca de 10 milhões de anos. No século passado, a teoria se modernizou com a prática vinculada à elevação da produtividade e ao atendimento das necessidades do mercado, desempenhando um papel fundamental na segurança alimentar mundial.

Com as descobertas da biotecnologia nas últimas cinco décadas, a técnica de melhoria de genes proporcionou um salto evolutivo na agropecuária. O Brasil, por exemplo, deixou de ser importador de alimentos para ser um dos principais fornecedores globais de commodities agrícolas a partir da inovação genética.

As práticas estão incorporadas à produção nacional, respondendo por boa parte do faturamento do agronegócio. A biotecnologia está presente em 92% das lavouras de soja, em 90% nas plantações de milho e em 47% das áreas cultivadas de algodão, segundo informações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

O que é melhoramento genético?

Modelo de molécula de DNA formada por frutas e vegetais
Desde que a humanidade começou a plantar, as melhorias genéticas foram aproveitadas para produzir alimentos. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O melhoramento genético envolve todos os processos que buscam selecionar ou modificar, de forma intencional, o material genético de um vegetal ou animal para obter características de interesse comercial, ambiental ou social. A operação pode ser realizada de forma natural, via cruzamento, ou por manipulação genética.

No caso da manipulação genética, o resultado do processo é um organismo geneticamente modificado (OGM), no qual uma semente pode conter agentes que aumentam a resistência ao estresse hídrico ou a produtividade de uma lavoura. Esse avanço tecnológico permitiu que o Brasil aumentasse a produção interna.

O País é o segundo maior produtor mundial de alimentos modificados geneticamente. Os produtos passam por avaliação científica e são registrados antes de entrar no mercado. As matérias-primas dos cultivos OGM abastecem as indústrias têxtil, farmacêutica e de papel e celulose.

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Como funciona a tecnologia de melhoramento genético?

Aparelho que pode produzir plantas transgênicas
Aparelho pode produzir plantas transgênicas por bombeamento de micropartículas genéticas. (Fonte: UFPR/Reprodução)

Os processos biológicos de evolução dos vegetais e dos animais já existiam na natureza. No entanto, há apenas 70 anos a humanidade aprendeu a dominar a estrutura básica da molécula de DNA para conhecer e manipular os genes, as características e as funções dos organismos. Assim, os transgênicos se tornaram parte do cotidiano da vida moderna.

A engenharia genética evoluiu para métodos cada vez mais rápidos e eficientes. A técnica mais recente envolve o bombardeamento das plantas com os genes que carregam as características desejadas, em uma prática chamada de biobalística. O material genético é incorporado ao DNA da planta, transformando-a em um OGM.

A tecnologia tem aplicação em diversos setores e conta com técnicas variadas. Uma teia de aranha, por exemplo, pode ser melhorada geneticamente para oferecer biopolímeros mais resistentes e flexíveis, segundo aponta um estudo da Embrapa. Os genes de interesse são isolados e transferidos por clonagem para outros indivíduos.

Quais são as vantagens do melhoramento genético?

Os transgênicos são produtos feitos para lidar com desafios como fome, doenças e mudanças climáticas indesejadas. Um dos principais objetivos da biotecnologia no agronegócio é desenvolver resistência a pragas e à falta de água, melhorando a produtividade e impulsionando o setor.

Os OGMs podem ajudar a desenvolver plantas com necessidade reduzida de aplicação de insumos químicos, tornando a produção mais sustentável e garantindo a qualidade dos produtos. Os alimentos modificados também permitem reduzir os custos e ampliar o acesso da população à segurança alimentar.

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Fonte: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Jacto, My Farm, Nutrição e Saúde Animal

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