China usa tecnologia para retomar criação de porcos

23 de dezembro de 2020 3 mins. de leitura
Após surto de PSA dizimar milhões de suínos, país experimenta IA para desenvolver cadeia produtiva

Depois de perder mais de um quarto de sua população de porcos para os surtos de peste suína africana (PSA), a China tem corrido atrás de novas tecnologias que possam ajudar o país a se reerguer da destruição de sua suinocultura. Consumidores de 50 milhões de toneladas de carne suína por ano, os chineses optaram por desenvolver soluções tecnológicas que garantam o controle de sanidade.

Com métodos inovadores, o país asiático tem se apoiado em grandes complexos arquitetônicos para expandir a velocidade de recuperação da cadeia produtiva e no uso de inteligência artificial, o que garante a continuidade do processo e o monitoramento constante do rebanho.

Fazendas de concreto

China aposta em complexo de prédios para reerguer suinocultura. (Fonte: Yangxiang/Divulgação)
China aposta em complexo de prédios para reerguer suinocultura. (Fonte: Yangxiang/Divulgação)

A Yangxiang tem sido uma das grandes responsáveis pela reestruturação da cadeia produtiva de porcos na China. A granja Guifei, um complexo formado por dois prédios de sete andares e um edifício de 13 pavimentos, é o maior símbolo dessa transformação. O espaço foi desenvolvido como um modelo de criação sustentável e eficiente, além de ser visto por especialistas como um exemplo da transformação digital e de uso de inteligência na pecuária para o mundo todo.

A estrutura foi inaugurada em 2017 e desde então apresenta taxa de sobrevivência de 92,1% entre os porcos criados — número que se manteve estável mesmo durante os surtos de PSA. De acordo com a estimativa da Yangxiang, a granja Guifei tem capacidade para desenvolver 840 mil leitões por ano.

Uso de inteligência artificial

China opta por novas tecnologias para reforçar controle de qualidade na produção de suínos. (Fonte: Yangxiang/Divulgação)
China opta por novas tecnologias para reforçar controle de qualidade na produção de suínos. (Fonte: Yangxiang/Divulgação)

Uma das razões para justificar a criação de porcos em grandes edifícios foi a possibilidade de inaugurar um ambiente em que fosse mais fácil prevenir doenças e simples implantar práticas tecnológicas que ajudassem no monitoramento de todos os processos produtivos.

A equipe da Yangxiang desenvolveu um sistema baseado em técnicas de inteligência artificial, Big Data, informações em nuvem e blockchain. A “fazenda vertical” foi construída para que a vida dos produtores fosse facilitada e todas as etapas pudessem ser mapeadas.

Além de todas as matrizes terem um rígido controle térmico, o que evita qualquer perda produtiva por estresse térmico, cada animal tem um cartão exclusivo que armazena suas informações em um QR Code para que os responsáveis possam dividir os suínos por grupos de idade e outras características, adaptando o manejo e desenvolvendo a produtividade.

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Fonte: Agevolution, Robotriks.

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