Amapá apresenta inovação no plantio de mandioca

22 de setembro de 2022 4 mins. de leitura
Conheça o programa do Governo do Amapá que está introduzindo variedades de mandioca mais resistentes a pragas no Estado

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O Governo do Amapá está realizando o Programa Renivá Amapá, que pretende alavancar a produção de mandioca no Estado. Como parte da programação, estão sendo introduzidas manivas-sementes melhoradas geneticamente, com maior resistência a pragas e doenças.

Além de oferecer as novas sementes, o Governo do Estado realizou uma oficina de trabalho com os agricultores, dando orientações sobre as melhores técnicas de plantio das novas sementes. A atividade contou com o apoio da Embrapa Amapá e do Sebrae Amapá.

As novas sementes e a melhoria das técnicas de plantio devem aumentar a produtividade da mandiocultura no Amapá. Atualmente, a média de produção de mandioca no Estado é de 10 toneladas por hectare, a meta é alcançar 30 toneladas por hectare.

Oficina de trabalho sobre inovações na cadeia produtiva da mandioca na área experimental da Embrapa/AP. (Fonte: Weverton Façanha/Portal do Governo do Amapá/Divulgação)
Oficina de trabalho sobre inovações na cadeia produtiva da mandioca na área experimental da Embrapa/AP. (Fonte: Weverton Façanha/Portal do Governo do Amapá/Divulgação)

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O Projeto Reniva Amapá quer trazer a inovação tecnológica no cultivo tradicional da mandioca. A iniciativa serve para agregar os diversos elos da cadeia produtiva no Estado, além de transferir e multiplicar as novas maniva-sementes criadas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/Bahia).

No plantio tradicional da mandioca, uma maniva (pedaços das hastes do caule da planta) gera cerca de dez manivas-semente; com as técnicas do projeto Reniva, esse número pode chegar a 400 mudas.

Décadas de melhoramento

As novas plantas melhoradas geneticamente são resultado de quase duas décadas de pesquisas. Pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) e da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (DF) coletaram milhares de sementes de diferentes espécies e gêneros de mandioca e analisaram os potenciais destas para a agricultura. Muitas das espécies silvestres, também chamadas de bravas, apresentam características de maior resistência a diferentes pragas e maior tolerância à seca e a deterioração fisiológica pós-colheita.

Depois de mapeadas as características, os pesquisadores precisaram de tempo para descobrir como cruzar as espécies silvestres com as comerciais, podendo, assim, disponibilizar esses genes em genótipos mais adaptados, com melhores características agronômicas.

A mandioca é tóxica?

Macaxeira ou mandioca são diferentes variedades da mesma planta, a Manihot esculenta Crantz, originária da Amazônia e cultivada por indígenas desde antes da colonização. São muito conhecidos os textos – e o medo – dos portugueses sobre a capacidade dos índios brasileiros comerem uma planta “venenosa”.

E o medo era, sim, fundamentado: algumas variedades da mandioca braba são tóxicas e apresentam até 100 mg de ácido cianídrico (HCN) na raiz fresca sem casca. Se consumida em estado puro, a mandioca pode causar dor de cabeça intensa, náuseas, vômitos, desidratação e até a necessidade de internamento.

A mandioca é a terceira maior fonte de carboidratos nos trópicos, ficando atrás apenas do arroz e do milho. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Para que se torne própria para o consumo, a mandioca precisa passar por processamentos para que o composto tóxico se volatize. Por isso, atualmente, a mandioca braba é usada majoritariamente na produção de farinhas e féculas, como a tapioca e o polvilho.

Outras variedades da Manihot esculenta Crantz, como a macaxeira ou o aipim, apresentam menos de 50 mg de HCN na raiz fresca e podem ser consumidas após um curto período do cozimento. Essas são as variedades que chegam a maioria dos mercados e as mesas dos brasileiros.

Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil é o quarto maior produtor de mandioca do mundo, produzindo mais de 21 milhões de toneladas de raízes frescas. A planta é conhecida como o pão do Brasil, todas as suas partes podem ser aproveitadas e a raiz é uma ótima fonte de carboidratos sem glúten, cálcio, magnésio, fósforo, potássio e vitamina C.

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Fonte: Embrapa, Estado do Amapá, Universidade Federal Rural da Amazônia

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