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O Banco Central (BC) deve lançar uma nova criptomoeda relacionada ao agronegócio até o final de julho de 2022. O ativo digital pretende ser uma alternativa para o financiamento de pequenos e médios produtores, diante da falta de recursos das instituições financeiras e alta dos juros cobrados em empréstimos.
A proposta foi selecionada durante o evento Lift Challenge Real Digital, promovido pelo BC no início do ano. A moeda está sendo desenvolvida pela DuAgro, uma plataforma de custeio agrícola, pela VERT Capital, companhia de operações estruturadas com foco em securitização, pela Digital Asset, empresa de tecnologia financeira, e pela consultoria de gestão Oliver Wyman.
Recentemente, o Senado Federal aprovou um Projeto de Lei (PL) que estabelece um marco regulatório para as criptomoedas no Brasil, o que trará mais segurança jurídica e proporcionará a criação de novos ativos digitais.
Como as criptomoedas podem financiar o agronegócio?
As criptomoedas têm o potencial de aumentar o investimento privado no agronegócio de forma simples, rápida e com menor custo. A tecnologia blockchain garante a transparência e a rastreabilidade das transações, oferecendo segurança e superando os gargalos dos atuais processos de financiamentos.
O Plano Safra foi a principal fonte de financiamento para as atividades agrícolas durante muito tempo. No entanto, a demanda de crescimento da atividade não tem sido atendida pelo programa governamental, que destinou mais de R$ 250 bilhões para a temporada atual. As linhas de financiamento foram suspensas e precisaram ser suplementadas.
Nos últimos anos, uma série de novos instrumentos financeiros foram criados para acrescentar recursos à produção agropecuária, como a Cédula de Produtor Rural (CPR) e o Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), mas que ainda dependem da burocracia do sistema financeiro tradicional.
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Criptomoedas do agro disponíveis no mercado
Enquanto a regulamentação das criptomoedas é discutida no Congresso Nacional, uma série de empresas correram para garantir a prioridade do financiamento digital para o agronegócio. As moedas digitais ainda são uma novidade e o mercado é bastante volátil, por isso, o produtor e o investidor devem se aprofundar no tema antes de se aventurarem.
1. AgroBonus
O AgroBonus nasceu em agosto de 2021 a partir do programa de fidelidade AgroVantagens. A cotação da moeda digital flutua de acordo com a participação do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e oferece cashback para as transações realizadas por meio da plataforma. Os criadores esperam emitir US$ 1 bilhão nos próximos cinco anos para financiar até 50 mil produtores.
2. CibraCoin
A criptomoeda CibraCoin foi criada pela Cibra, uma das maiores empresas de fertilizantes do Brasil, e tem sua cotação vinculada ao preço do insumo fosfato monoamônico (MAP). Essa moeda digital permite que o agricultor compre o produto a preço presente e opte pela retirada em uma data futura, ficando protegido contra flutuações de mercado com custo menor que uma operação de hedge tradicional.
3. Coffee Coin®
Criada pela cooperativa Minasul, a Coffee Coin® tem cotação equivalente ao um quilo de café verde nos estoques da entidade. Lançada em julho de 2021, a moeda digital espera movimentar R$ 20 milhões em seu primeiro ano; já existem 60 mil tokens no mercado, com valores de mais de R$ 1,2 milhão.
4. Cultecoin
A Cultecoin tem foco em pequenos produtores rurais que podem adquirir a moeda digital para comprar insumos e equipamentos na plataforma da startup Culte. Em cinco anos, devem ser movimentados US$ 10,5 milhões. Cerca de 10% desse volume já está disponível no mercado, e outros 20% devem ser negociados por meio de uma criptocorretora ainda em 2022.
Fonte: Agência Brasil, Inteligência Financeira, Cointelegraph, Cultecoin, Banco Central, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Coffeecoin, Cibracoin