COP-27 aponta que o planeta atingiu níveis recordes de concentração de gases de efeito estufa em 2021
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Os gases de efeito estufa (GEE) atingiram uma concentração recorde em 2021, de acordo com relatório divulgado durante a última Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27). As emissões de GEE na atmosfera são apontadas como uma das principais causas do aquecimento global.
Os anos de 2015 a 2022 foram os mais quentes de toda a história, aponta um relatório realizado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). A elevação das temperaturas têm provocado eventos climáticos mais extremos, com um impacto direto em toda sociedade, sobretudo nas atividades agropecuárias.
As mudanças climáticas são de fundamental importância para o agronegócio. O aquecimento global já fez o Centro-Oeste perder 28% das terras agrícolas, segundo estudo publicado na revista Nature Climate Change. Esse índice pode superar os 70% nos próximos 40 anos. A região é o principal celeiro de grãos como soja e milho do País.
A COP é a grande conferência da ONU que reúne a maioria dos países para debater o aquecimento global e as mudanças climáticas. O evento acontece anualmente desde 1994, quando um tratado assinado durante a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro, entrou em vigor diante da urgência dos temas ambientais no planeta.
A 27ª edição do evento aconteceu em Sharm El-Sheikh, no Egito, durante duas semanas de novembro de 2022. O principal objetivo do encontro foi implementar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) estabelecidas durante o Acordo de Paris, uma meta voluntária de redução das emissões de GEE.
Sob os impactos causados pela pandemia de covid-19 e a guerra contra a Ucrânia, a COP-27 também se preocupou em debater a crise energética mundial e a insegurança alimentar. No evento, o Brasil defendeu que os serviços prestados pela preservação do meio ambiente e sequestro de carbono devem ser remunerados para garantir a sustentabilidade.
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O Brasil tem a capacidade de se tornar uma potência agroambiental no mundo, e o agronegócio está fazendo o dever de casa em termos de sustentabilidade. O Código Florestal brasileiro é uma das legislações ambientais mais rígidas do mundo e busca aliar a produção de alimento à preservação ambiental nas propriedades rurais.
O governo federal renovou, por mais uma década, o ambicioso Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (ABC) em cerca de 73 milhões de hectares. Até 2030, a meta é mitigar mais de 1 bilhão de toneladas de carbono.
Além disso, mais da metade da energia consumida no País vem de fontes renováveis, enquanto a média mundial é inferior a 20%. A matriz energética brasileira é concentrada na matriz hidrelétrica, considerada uma energia verde. Contudo, o Brasil vem diversificando a sua produção de energia com novas tecnologias como a solar, eólica e biomassa.
Para continuar avançando, as entidades representativas do setor, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), sugeriram uma agenda de sustentabilidade para a COP-27 com uma nova meta quantificada de financiamento climático e a operacionalização dos mecanismos do mercado de carbono.
A expectativa dos produtores rurais é que sejam tirados do papel mecanismos importantes de financiamento da pauta ambiental, como o Fundo Verde Clima (GCF) e o Fundo de Adaptação. Esses e outros mecanismos foram estabelecidos pela COP para promover ações para a redução dos GEEs de forma economicamente viável.
Fonte: Greenpeace, Croplife Brasil, Ministério do Meio Ambiente, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)