Como transformar dejetos em biogás?
Propriedades rurais têm usado uma técnica com biodigestores para gerar calor, energia elétrica ou biometano, todas ótimas alternativas à dependência de combustíveis fósseis.
Com o uso dessa tecnologia, dejetos de animais, resíduos orgânicos (como restos de hortifrúti), efluentes industriais e até esgoto podem ser utilizados para criar energia, fazendo as propriedades caminharem em direção à sustentabilidade.
O que são os biodigestores e o biogás?
Os biodigestores são sistemas artificiais onde alguns parâmetros são monitorados para a otimização da produção de biogás. O biogás é um gás inflamável e natural que ocorre devido ao processo de fermentação realizado por bactérias em matérias orgânicas. Devido às suas características, o biogás ocorre frequentemente em lugares como aterros sanitários e pântanos.
A fermentação responsável pela geração do biogás é altamente influenciada pelo número de bactérias, por isso, fatores como a temperatura, umidade e acidez são determinantes na sua produção. O biogás gerado é formado de praticamente 60% de metano e 40% de dióxido de carbono (CO2), com outros elementos como sulfeto de hidrogênio, nitrogênio, hidrogênio, monóxido de carbono e amônia, presentes em concentrações ínfimas.
O biogás gerado pode então ser usado como combustível para fogões, substituindo a necessidade da compra do gás de cozinha, também para abastecer motores e para a geração de energia elétrica. Uma vez que a “matéria-prima” do biogás está muito presente nas propriedades rurais, o uso de biodigestores é uma ótima opção para alcançar a autossuficiência, economia e sustentabilidade.
Em alguns países, como na China e na Índia, os biodigestores são comuns mesmo em centros urbanos, e a tecnologia responde por boa parte da geração de energia local. No Brasil, ele é utilizado apenas em propriedades rurais.
Para os produtores rurais, os biodigestores são uma solução para múltiplos problemas. Dejetos animais e resíduos de hortifrútis, que são elementos comuns em qualquer fazenda, tornam-se matérias-primas na geração de energia elétrica. Os elementos que iriam para descarte se tornam um importante ativo econômico.
Além disso, o efluente do processo de biodigestão (digestato) pode ser empregado posteriormente como fertilizante orgânico para o solo. Assim, com um planejamento correto e com a supervisão especializada, as propriedades rurais podem alcançar uma maior sustentabilidade socioeconômica e ambiental.
Como funcionam os biodigestores?
Os biodigestores são equipamentos que fornecem um ambiente anaeróbico (com baixa concentração de oxigênio), adequado para a decomposição de elementos orgânicos. Neles são aplicados os mais diversos dejetos de matéria orgânica, presentes em grande quantidade na maioria das atividades do campo.
Os resíduos são misturados com água ou outros elementos que possam acelerar os processos de digestão orgânica. Por norma, os resíduos ficam cobertos por lona e guardados por um período determinado, enquanto as bactérias efetuam a digestão e transformam os dejetos em biogás.
O biogás é capturado e pode ser aplicado para diversos usos. Outro resultado é a extração do biometano, que pode ser obtido através da purificação do biogás.
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Importância do biogás
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) tem ensinado e aplicado sistemas de biodigestores em diversas pequenas propriedades e cooperativas de todo o País. Para a maioria dos pequenos produtores, a utilização de um sistema desses significa economia com os gastos em botijão de gás e na conta de luz. Além disso, os gastos com fertilizantes diminuem, já que é possível reaproveitar o digestato.
Em um mundo que precisa urgentemente achar opções ao uso de combustíveis fósseis, o biogás surge como opção para os usos comuns de lenha, carvão e diesel no campo. Essa é uma das poucas fontes energéticas capaz de transformar o que seria “lixo” em um importante ativo comercial.
Fontes: Embrapa, Gov.br, Ecycle, Vertown, Cibiogás
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