Como o agronegócio pode contribuir para reduzir a poluição?

13 de julho de 2023 7 mins. de leitura
Descubra 5 maneiras como o agronegócio pode se tornar mais sustentável e contribuir para diminuir a poluição ambiental

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Muitas vezes criticado por ainda recorrer a métodos altamente poluentes, o agronegócio pode ser um aliado na busca por um mundo mais sustentável. Para alimentar um planeta com a população de quase 8 bilhões de pessoas, técnicas de produção de comida em larga escala são fundamentais, mas isso não significa que é preciso abrir mão do cuidado ambiental. 

Conheça cinco maneiras como o agronegócio pode contribuir para a diminuição da poluição.

ILPF

Quando se fala de poluição atmosférica, é impossível não pensar no dióxido de carbono (CO2). O gás emitido de diversas maneiras, como pela poluição de indústrias e por automóveis movidos a motores de combustão, é altamente poluente e dura centenas de anos na atmosfera. 

Outro gás, porém, pode ser ainda mais danoso, trata-se do metano, que chega a ser 80 vezes mais prejudicial para o meio ambiente do que o CO2. Ele tem uma “vida” mais curta, ficando ativo por cerca de 12 anos, desse modo, a redução nas emissões de metano teria um impacto rápido para o combate à poluição.

O metano é um dos principais produtos da agropecuária, estima-se que 65% das emissões no Brasil provenham das atividades do setor. Desmatamento, queimadas e a utilização de solos para pecuária geram problemas dessa ordem e existem maneiras do agronegócio mitigar as emissões poluentes, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).

ILPF é um sistema de produção agropecuária que combina a criação de gado, a produção de culturas agrícolas e o plantio de árvores em uma mesma área. Esse sistema visa a maximizar a produtividade, otimizar a utilização dos recursos naturais e promover a sustentabilidade. 

A manutenção de áreas de florestas ou com árvores serve para sequestrar e devolver ao solo o carbono emitido durante as atividades agropecuárias. Além disso, as florestas ajudam na recuperação do solo, evitam erosões e alagamentos e fornecem sombra e proteção natural contra pragas.

Pecuária pode ser uma atividade ambientalmente sustentável (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Uso consciente de agrodefensivos

O uso de agroquímicos e defensivos pode gerar poluição de diversas maneiras. Pode, por exemplo, ocorrer a contaminação do solo e das águas subterrâneas quando os agrotóxicos se infiltram no solo e alcançam camadas mais profundas. Além disso, a dispersão de agrotóxicos no ar pode afetar a fauna e a flora locais, prejudicando a biodiversidade, afetando insetos benéficos e contaminando plantas não alvo. 

O uso excessivo de defensivos também leva ao desenvolvimento da resistência de pragas e doenças, e pode ter consequências negativas para a saúde humana. Para mitigar esses impactos, é necessário promover o uso responsável de agrotóxicos e buscar alternativas sustentáveis.

Uma das soluções para a redução no nível de uso de agrotóxicos e manutenção da produtividade é o manejo integrado de pragas e doenças. Essa é uma abordagem que combina diversas medidas naturais em vez de recorrer a meios químicos para o combate de pragas. 

No manejo integrado são utilizados ferramentas como o controle biológico, a rotação de culturas, o plantio de variedades resistentes, o monitoramento das pragas e a adoção de práticas de manejo adequadas. Isso reduz a necessidade de agrotóxicos e, consequentemente, diminui a contaminação ambiental.

O desenvolvimento da tecnologia também é um grande aliado para o produtor rural que busca maior sustentabilidade. A agricultura de precisão é uma abordagem que utiliza tecnologias avançadas, como sensores, sistemas de informações geográficas (SIG) e inteligência artificial (IA). Com essas ferramentas, busca-se um manejo mais preciso dos insumos agrícolas, como fertilizantes e agrotóxicos, reduzindo sua aplicação em áreas desnecessárias, o que resulta em uma menor exposição ao meio ambiente e na diminuição da contaminação.

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Tecnologia é aliada para evitar desperdício de água. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Irrigação

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), 70% da água doce é utilizada na irrigação de campos agrícolas. Esse é um problema ambiental, já que o planeta pode sofrer com a falta de água potável para as próximas gerações. O uso mais consciente da água é uma das maneiras do agronegócio contribuir para reduzir o impacto ambiental.

Uma irrigação otimizada no campo pode ser alcançada com métodos tradicionais ou com a ajuda da tecnologia. Entre os exemplos de técnicas tradicionais há o mulching ou cobertura morta, que consiste no uso de materiais orgânicos ou plásticos para cobrir o solo ao redor das plantas, ajudando a reduzir a evaporação da água do solo e mantendo-o mais úmido por mais tempo.

Além disso, a seleção de culturas e variedades mais adaptadas à seca é uma estratégia eficiente para reduzir a demanda de irrigação. As plantas adaptadas ao clima local e com maior resistência à escassez de água requerem menos irrigação para se desenvolverem adequadamente.

Outras práticas conservacionistas incluem o plantio direto e a rotação de culturas, que contribuem para a melhoria da estrutura do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água. Isso reduz a necessidade de irrigação, uma vez que o solo consegue armazenar e disponibilizar água de maneira mais eficiente para as plantas.

O uso da tecnologia, entretanto, pode ajudar a otimizar a irrigação em diversos aspectos. A instalação de sensores no solo pode mostrar os reais níveis de umidade e necessidade de irrigação, e os sistemas de gotejamento e microaspersão estão cada vez mais desenvolvidos, o que gera uma economia de água.

Uso de energia renovável

O agronegócio ainda é, em grande parte, dependente do diesel e de outros combustíveis de fontes não renováveis. A própria dependência do modal rodoviário para a escoação da produção brasileira é uma questão preocupante. 

A adoção de fontes de energia renováveis no agronegócio, como a energia solar, eólica e de biomassa, contribuiria para a redução das emissões de gases de efeito estufa e diminuiria a poluição atmosférica.

A utilização de sistemas de energia limpa, como painéis solares para irrigação, biodigestores para geração de biogás e biomassa como fonte de calor, já é uma realidade que promove a sustentabilidade energética nas propriedades rurais. Contudo, para ser implementada em larga escala, é preciso de uma ação conjunta de produtores, órgãos ambientais e dos governos federal e locais.

Gestão adequada dos resíduos

A gestão correta dos resíduos produzidos pelo agronegócio é essencial para evitar a contaminação do solo, da água e do ar. A compostagem de resíduos orgânicos, a reciclagem de embalagens de agrotóxicos e o manejo adequado dos resíduos animais são práticas que contribuem para a redução da poluição e para a preservação ambiental.

Fontes: Estadão Summit Mobilidade, Terra Análises, Estadão Summit Agro

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